Crise muda status de 12 personagens do São Paulo
Perrone
04/08/2013 06h00
Da esquerda para a direita, em cima: Adalberto Baptista, Lúcio, Juvenal Juvêncio, Gustavo Vieira de Oliveira, Ganso e Rogerio; em baixo: Paulo Autuori, Ney Franco, Milton Cruz, Marco Aurélio Cunha, Francisco Manssur e Luis Fabiano
Veja abaixo como a crise no São Paulo mudou o status de 12 personagens do clube.
Juvenal Juvêncio
Antes – Atropelava a oposição. Tinha fama de ser um cartola "boleiro", que entende de futebol ,e com faro para contratar jogadores que se recuperam no clube.
Agora – Viu a oposição crescer, entrou em guerra com ela e tem dificuldades para dominar seu grupo político. Luta contra a fama de dirigente ultrapassado, que troca constantemente treinadores e que contrata mal.
Rogério Ceni
Antes – Incontestável.
Agora – Viu seu nome envolvido num suposto desentendimento com Luis Fabiano, negado pelas partes, sofre críticas de conselheiros que acreditam que ele quer mandar no clube e, segundo o Blog do Juca, perdeu parte da liderança sobre o elenco. Seguidas falhas também desgastaram sua imagem.
Adalberto Baptista
Antes – Homem forte do futebol, motivo de orgulho para Juvenal. Considerado hábil negociador, vinha sendo preparado por JJ para um dia assumir a presidência do clube.
Agora – Pediu demissão da direção de futebol após se desentender com Rogério. Perdeu prestígio político e ficou marcado por trazer jogadores caros que ainda não renderam, como Lúcio e Ganso.
Lúcio
Antes – Chegou ao clube com fama de bom zagueiro e visto como quem dividiria a liderança com Rogério.
Agora – Foi afastado do elenco um dia depois da queda de Adalberto. É visto no clube como zagueiro em fim de carreira.
Ganso
Antes – Astro e futuro maestro da equipe.
Agora – Já no primeiro treino após a saída de Adalberto, teve a sua vaga de titular ameaçada. Poucos no clube acreditam que volte a jogar em alto nível.
Luis Fabiano
Antes – Fabuloso, segundo a torcida.
Agora – Pipoqueiro, segundo a torcida.
Ney Franco
Antes – Promissor e talentoso no trato com jovens
Agora – Demitido e com fama no clube de queimar jogadores com críticas em público.
Paulo Autuori
Antes – Ex-técnico do time com boa passagem pelo clube.
Agora – Melhor do que Muricy para tirar o clube do atoleiro.
Milton Cruz
Antes – O coordenador de futebol arrancava suspiros no Morumbi e em outros clubes por indicar contratações como poucos.
Agora – Criticado por conselheiros que entendem ter sido ele o responsável por contratações que não vingaram. Sua relação próxima com o presidente, de quem seria olhos e ouvidos no vestiário, também é alvo de queixas.
Marco Aurélio Cunha
Antes – Pouco aparecia depois que deixou a superintendência de futebol do clube. Ajudou o São Paulo em alguns pepinos como vereador.
Agora – Virou o nome mais forte da oposição, considerado um campeão de votos entre os sócios que elegerão conselheiros, mas não votarão para presidente. É apontado pela oposição como responsável por antecipar o clima eleitoral no clube e prejudicar o time. Virou o maior pesadelo de Juvenal, seu ex-sogro.
Gustavo Vieira de Oliveira
Antes – Conhecido apenas por ser o filho do corintiano Sócrates, sobrinho do são-paulino Raí e prestador de serviços para o São Paulo como advogado, principalmente em contratações.
Agora – Virou dirigente de futebol remunerado. Seu "são-paulinismo" e o parentesco com Raí são exaltados no clube.
Francisco Manssur
Antes – O advogado e um dos homens em que Juvenal mais confia ficava longe dos holofotes.
Agora – Foi recrutado por Juvenal para apagar incêndios no CT, antes mesmo da queda de Adalberto, e na delegação que está na Europa. Assim, ganhou os holofotes e está na mira da oposição e até de situacionistas com ciúmes.
Sobre o Autor
Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.
Sobre o Blog
Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.