Ministério tenta tirar do Estatuto do Torcedor veto a cerveja ainda em 2013
Perrone
20/10/2013 07h45
O Ministério do Esporte trabalha para mudar até dezembro o Estatuto do Torcedor e facilitar a volta da venda de bebidas alcoólicas nos estádios, independentemente da Copa do Mundo.
A ideia é aproveitar a regulamentação do estatuto para fazer a modificação no trecho que diz ser condição para acesso e permanência nos estádios "não portar objetos, bebidas ou substâncias proibidas ou suscetíveis de gerar ou possibilitar a prática de atos de violência".
Os técnicos da pasta entendem que a modificação dessa parte vai tirar dos Ministérios Públicos estaduais a base legal para a proibição.
No entendimento do Ministério do Esporte, se a mudança for feita, cerveja poderá ser vendida automaticamente em arenas de estados e municípios que não têm leis estaduais sobre o veto.
Representantes do ministério concordam com clubes que alegam ser a proibição responsável por tumultos na entrada de alguns jogos. Segundo essa tese, existe correria pouco antes de as partidas começarem porque muitos querem aproveitar até o último minuto para beber.
O ministério também usa a liberação das bebidas como argumento para combater a elitização nas novas arenas. Em recente reunião com gestores dos estádios mais modernos do país, a pasta se ofereceu para brigar pela volta da cerveja em troca de uma política de preços mais baixos. O raciocínio é que os donos dos estádios vão faturar mais com a venda de bebidas, por isso podem reduzir o preço nos setores mais simples.
Sobre o Autor
Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.
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