Deputado articula ação do Governo para equilibrar divisão de dinheiro da TV
Perrone
26/11/2013 06h00
A discussão sobre a disparidade na divisão do dinheiro da TV entre os clubes chegou ao Congresso Nacional. O deputado Vicente Cândido (PT-SP), vice da Federação Paulista e conselheiro do Corinthians, articula para que o Governo Federal atue em busca de mais equilíbrio na distribuição das cotas pagas pela Globo para transmitir os campeonatos.
Ele defende que seja menor a diferença entre o que recebem os mais bem pagos e os demais. O objetivo é evitar que a disputa dos títulos fique concentrada em poucos times. Na Série A, Corinthians e Flamengo são os que ganham mais.
São dois caminhos sugeridos pelo deputado. O mais suave é ter o Ministério do Esporte como mediador de um pacto entre clubes e a Globo (ou outras emissoras que comprem os direitos). Com a ajuda do Governo Federal seria definida uma fórmula de divisão mais equilibrada.
A opção mais difícil de ser viabilizada é tentar aprovar um projeto de lei que defina critérios para a distribuição do dinheiro. "Imagino que até a Globo esteja incomodada com essa distorção. Não interessa para ela ter o Corinthians como único grande de São Paulo, por exemplo. Talvez seja difícil para a Globo fazer essa mudança, e é papel do governo discutir isso. Vamos arbitrar uma solução. O futebol permite o debate entre estatal e privado. A dinâmica da discussão vai dizer se isso deve ser feito por meio de um projeto de lei ou não", disse Cândido ao blog.
Por sua vez, o Ministério do Esporte não tem uma posição formal sobre o tema. Porém, o secretário nacional de futebol e defesa do torcedor, Toninho Nascimento, admite receio de que dois clubes fiquem muito mais fortes que os demais, como Barcelona e Real Madrid na Espanha.
"Há uma certa preocupação com o risco de 'espanholização' do Campeonato Brasileiro. Tenho discutido isso com os clubes. Existem alguns modelos mais equilibrados usados no exterior que poderiam ser adotados aqui. Como o Inglês em que 25% do dinheiro da TV depende da importância do time, 25% do resultado esportivo e 50% são iguais para todos", afirmou o secretário.
Procurada, a assessoria de imprensa da Globo não respondeu ao blog até a publicação deste post.
Sobre o Autor
Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.
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