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Por cobertura, Juvenal quer alterar estatuto

Perrone

18/12/2013 13h17

Juvenal Juvêncio tentará alterar o estatuto do São Paulo para modificar a cláusula que impediu a aprovação do contrato de cobertura do Morumbi no Conselho Deliberativo do clube nesta terça.

Pelas regras atuais, é necessário um quórum mínimo equivalente a 75% dos conselheiros para que haja votação. Essa exigência não foi atendida na reunião desta terça, por isso o contrato não foi votado.

A ideia do presidente são-paulino é diminuir o mínimo para 50% mais um conselheiro. "A decisão ainda não está tomada, mas a tendência é essa. Não podemos ficar com uma decisão obscurantista, como essa dos 75%. Não posso modernizar o clube por causa de uma cláusula ultrapassada, criada em uma época muito diferente", disse Juvenal ao blog. O cartola conseguiu o terceiro mandato seguido após aprovar no Conselho uma modificação estatutária.

Para impedir que o contrato fosse votado, a oposição ficou do lado de fora do plenário. "Não importa. Fizemos uma foto histórica na rampa, de todos os conselheiros juntos, antes de entrarmos. Dá para ver que não teríamos 75% dos conselheiros mesmo se todos entrassem. Não havia essa quantidade lá. Não estou de blá, blá, blá, falando se a Portuguesa deve ou não ser rebaixada. Digo de uma coisa serena, registrada em foto. Muita gente doente e com dificuldades não pode ir às reuniões. Por isso essa regra precisa mudar", declarou Juvenal.

Para reformar o estatuto, ele também precisará de aprovação do conselho. O dirigente afirmou que já consultou juristas que deram parecer favorável à mudança. Porém, ele não explicou qual será a estratégia adotada após sofrer uma derrota no Conselho.

O estádio será coberto graças a um acordo com um fundo de investidores que construirá uma arena para 28 mil pessoas dentro do Morumbi. Além da construção do novo espaço para shows, o fundo bancará a cobertura. Em troca, poderá explorar a arena de shows e estacionamentos por 20 anos.

"Eu sei e sou o único que falo isso: todos os novos estádios do Brasil têm dinheiro público. Nós vamos cobrir o nosso sem um centavo de dinheiro público e sem um centavo  do clube. Isso sem deixar de administrar o Morumbi e de ficar com toda a receita dos jogos. O Palmeiras, só poderá ficar com toda a renda depois de 30 anos. O Corinthians também terá que pagar primeiro. Os torcedores dos outros times também vão desfrutar da modernidade do Morumbi. A arena de shows será uma maravilha, com ar condicionado qeu manterá a temperatura em 24 graus. Mas preciso de uma carta de alforria para implementar toda essa modernidade", completou Juvenal.

Para defender a cobertura e a nova arena, o dirigente lembra das restrições a shows noturnos impostas pela prefeitura por causa do barulho que incomoda a vizinhança. "Hoje, só faço jogos noturnos no Morumbi porque tenho um parceiro forte como a Globo. Se tivesse um parceiro fraco, a prefeitura não deixaria. Não tenho a Globo como parceira nos shows, então, tenho dificuldade. Com a nova arena, isso vai acabar."

A oposição alega que boicotou a reunião porque não teve acesso a todas as informações sobre o contrato antes do encontro. O compromisso já foi assinado, mas só terá validade a partir da aprovação do Conselho. Por sua vez, alega que todas perguntas de conselheiros foram respondidas na sessão de ontem, mesmo sem a abertura da votação. Os envolvidos no contrato estavam lá para tirar dúvidas.

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Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.


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