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Após peitar Fifa, SP deve bancar transporte de voluntários sem precisar

Perrone

11/02/2014 07h06


Depois de ir contra a vontade da Fifa e anunciar que não dará transporte gratuito a quem tiver ingressos para os jogos da Copa do Mundo, São Paulo deverá liberar as catracas para os voluntários da federação internacional durante o Mundial. Isso apesar de o contrato de cidade sede publicado no site da prefeitura nem mencionar o transporte para o voluntariado.

Procurada pelo blog, a assessoria de imprensa da vice-prefeita, Nadia Campeão, coordenadora da Secopa (Secretaria de Copa de São Paulo), informou que Governo Estadual e Prefeitura estão inclinados a bancar o transporte dos voluntários da Fifa e do Governo Federal, mas que falta bater o martelo.

No entanto, o blog apurou que há resistência em relação aos voluntários da Fifa, principalmente no Governo do Estado. Oferecer o transporte gratuito sem ter essa obrigação soa como um recuo na posição paulista de não pagar o que não está no contrato. São Paulo foi o primeiro palco do Mundial a dizer que não daria transporte de graça para os torcedores. Na semana passada, Belo Horizonte seguiu o mesmo caminho.


A ideia de São Paulo aceitar assumir a responsabilidade do transporte de voluntários não prevista em contrato começou a ganhar corpo em recente reunião em que o prefeito Fernando Haddad sinalizou essa intenção para a Fifa.

O tema se torna delicado por causa dos protestos em diversos cantos do país contra o preço das passagens. O contrato de cidade sede diz apenas que ela deverá desenvolver e implementar, às próprias custas, um plano de gerenciamento de transporte de competição.

A assessoria de imprensa da vice-prefeita disse também que a percepção é de que oferecer o transporte para os voluntários criará um clima positivo para a cidade, apesar de não ser uma obrigatoriedade. E que a operação representa um dos custos mais baixos da Copa, podendo ser paga por patrocinadores. A quantia a ser gasta não foi informada. No caso de São Paulo serão 1.250 voluntários da Fifa e 1.500 do Governo Federal.

Por sua vez, a assessoria de imprensa do Governo do Estado  disse que estão sendo feitos estudos sobre o tema em conjunto com o município, "mantendo o espírito de parceria que tem norteado a atuação dessas duas esferas de governo. Qualquer decisão será tomada em conjunto".

Indagada pelo blog sobre se é responsabilidade das cidades fornecer o transporte gratuito para voluntários e torcedores, a assessoria de imprensa do COL (Comitê Organizador Local) respondeu com a seguinte nota:

"A definição deste tema leva em conta a particularidade dos modais de transporte e possibilidades de cada sede. As responsabilidades pelo transporte dos participantes das competições encontram-se descritas nos contratos entre as sedes, a FIFA e o Comitê Organizador Local (COL). Como a utilização dos transportes públicos é um elemento essencial para o planejamento das competições e para a estruturação de um legado operacional nesta área, as tratativas com cada uma das sedes vem sendo conduzida de forma particular, não havendo ainda uma definição final do modelo para cada cidade."

Mas a assessoria do COL não respondeu quais cidades vão bancar o transporte para os voluntários.

"Não tenho certeza de que isso não está no contrato, mas sempre trabalhamos com a perspectiva de franquear o transporte para os voluntários", disse Miguel Capobianco, coordenador da Unidade Gestora do Projeto Copa no Amazonas. Belo Horizonte já decidiu que dará transporte gratuito para os voluntários. Curitiba também deve bancar a gratuidade. "A gestão anterior assumiu esse compromisso", afirmou Reginaldo Cordeiro, secretário extraordinário de Copa da capital paranaense.

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Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.


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