Seleção vira escudo de Marin contra problemas com organização do Mundial
Perrone
13/03/2014 15h23
Em meio à explosão de problemas envolvendo a Copa 2014, José Maria Marin transformou a seleção brasileira como escudo para se proteger das críticas à organização do evento.
Provas da estratégia são as declarações dele publicadas na edição desta quinta da Folha de S.Paulo, na coluna Painel FC. O presidente do COL diz que não participou da decisão da Fifa de evitar discursos na abertura do Mundial. E que o fato de Dilma Rousseff não discursar é um problema da presidente. "A minha preocupação é a seleção. Assunto meu é a seleção", disse o cartola. Quem lê pensa que ele não é o chefe do comitê organizador. E que o dirigente não tem a ver com atrasos em obras em estádios e críticas da Fifa à organização.
Seria melhor, então, ele entregar o cargo a quem se envolva com tais problemas, como se envolviam os presidentes dos comitês das Copas da África do Sul, Danny Jordan, e da Alemanha, Franz Beckenbauer. Ambos só falavam de suas seleções ao serem indagados pela imprensa.
Fica claro com o gesto de Marin que a conquista do hexa é tábua que o cartola já enxerga na água para se salvar de um eventual naufrágio da organização da Copa. O problema é que o título pode não vir, provocando diversos afogamentos.
Sobre o Autor
Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.
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