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Sete promessas não cumpridas no estádio do Corinthians

Perrone

15/04/2014 06h00

A Odebrecht fez hoje a entrega das chaves do estádio do Corinthians ao clube num gesto simbólico, pois os trabalhos em Itaquera vão continuar. A cerimônia acontece fora do prazo estipulado, mas é só uma das metas não cumpridas em relação à arena. Foram pelo menos sete promessas não concretizadas. Veja abaixo:

1 – Entrega

Em seu site, a Odebrecht Arenas registrou que a obra seria entregue em dezembro de 2013. O cronograma foi prejudicado principalmente pelos acidentes que provocaram três mortes e interdições na obra.

Reprodução do site da Odebrecht Arenas com previsão de entrega do estádio do Corinthians para dezembro de 2013

2 – Inauguração

O plano era inaugurar o estádio em janeiro de 2014. O Corinthians já disputaria o Campeonato Paulista lá. Não deu, e a CBF marcou o primeiro jogo oficial para a arena é contra o Flamengo, no próximo dia 27, mas Andrés Sanchez disse nesta terça que a primeira partida será contra o Figueirense, em 17 de maio. Também de acordo com ele, talvez aconteça mais um jogo antes da Copa, contra o Atlético-PR. Só que o dirigente havia dito em 12 de março, para a Rádio Bandeirantes, que a arena receberia sete ou oito jogos antes do Mundial, sendo dois ou três deles eventos teste.

3 – Orçamento

Em reunião no Cori (Conselho de Orientação do Corinthians), em setembro de 2010, Luis Paulo Rosenberg, assegurou que o teto para o custo do estádio era de R$ 335 milhões. Depois, a estimativa passou a ser de R$ 820 milhões e agora já ultrapassou R$ 1 bilhão. Hoje vice-presidente do clube, mas afastado do projeto, Rosenberg, assim como os demais dirigentes alvinegros, culpa as exigências da Fifa pelo gasto acima do previsto. Rosenberg argumenta também que aquele custo se referia a um estádio sem pretensões de receber a abertura da Copa e que a arena entregue hoje tem quase o dobro de área construída em relação ao projeto apresentado ao Cori.

Cópia de ata de reunião no Conselho de Orientação do Corinthians em 9 de setembro de 2010

4 – Batismo

No dia 6 de fevereiro de 2012, em sabatina promovida pelo UOL e pela Folha de S.Paulo, Andrés Sanchez disse que "depois que o novo presidente ganhar [a eleição no clube que aconteceu cinco dias após a declaração], em 30, 40 dias sai o naming rights". Depois de mais de dois anos da promessa, o negócio ainda não saiu.

5 – Teste

O último planejamento apresentado pelo clube à Fifa previa um teste no estádio no próximo domingo. Seria uma festa para 20 mil torcedores com ex-jogadores em campo. Mas os alvarás necessários não foram obtidos e a cerimônia foi adiada para 10 de maio, com ex-atletas do clube se enfrentando. Se a documentação sair, no dia 26 de abril acontece um evento para 5 mil ciranças e no dia 1º de maio um jogo entre trabalhadores que participaram da obra diante de quase 10 mil pessoas.

6 –  Mão no bolso

A diretoria corintiana cansou de dizer para conselheiros do clube que não colocaria um centavo em obras exigidas pela Fifa se só fossem utilizadas durante a Copa do Mundo. Conseguiu se livrar das arquibancadas provisórias, bancadas pela Ambev numa ação do Governo do Estado.  Mas, recentemente, Andrés afirmou que o Corinthians vai pagar as estruturas complementares, com custo avaliado em R$ 60 milhões. São estruturas em volta do estádio, principalmente para as áreas de mídia e segurança. Elas serão desmontadas depois do Mundial.

7 – Petrobras

Também ao Cori, a diretoria afirmou que tentaria repassar os custos da remoção de dois dutos da Petrobras que passavam pelo terreno para a empresa. Porém, teve que se comprometer a bancar a despesa, avaliada em R$ 10 milhões, depois de o Ministério Público Federal se posicionar contra a companhia pagar a conta.

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Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.


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