Primeiros treinos contradizem Felipão sobre blindagem
Perrone
31/05/2014 06h00
Ao convocar a seleção brasileira para a Copa do Mundo, Felipão demonstrou preocupação em blindar seus jogadores. Não queria entra e sai na Granja Comary. Faria convites na hora certa. Ficou claro o combate ao oba-oba.
Mas, os primeiros treinos da seleção em Teresópolis contradizem o discurso do treinador. Logo no dia da apresentação, os jogadores passaram cerca de 30 minutos com patrocinadores da CBF.
Na última quinta, depois de se aquecerem, os atletas tiveram o treino interrompido. Formaram uma roda e participaram de uma gravação do programa de Luciano Hulk, que levou um jovem deficiente numa cadeira de rodas.
Depois do treinamento, a porta do prédio em que fica a academia, além de outras dependências exclusivas da delegação, se abriu para Hulk e seus dois filhos. Caiu a imagem de uma fortaleza impenetrável.
Nesta sexta, 30 convidados de patrocinadores assistiram ao treinamento da tarde na lateral de um dos gramados e tiveram acesso a jogadores. "Pegamos autógrafos e desejamos boa sorte a eles. Dissemos que independentemente das manifestações [contra a Copa] gostamos de futebol", contou o torcedor Luiz Carlos Manso, escolhido na promoção de um dos patrocinadores da seleção. Neste sábado, mais 30 convidados de parceiros da confederação vão acompanhar o treino.
Ou seja, pelo menos o início da preparação é bem diferente daquele clima livre de badalações pintado por Felipão no anúncio dos convocados.
Sobre o Autor
Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.
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