Del Nero não explica jogo no Morumbi contra vontade de Felipão
Perrone
08/06/2014 09h41
Leia abaixo diálogo deste blogueiro com Marco Polo Del Nero, presidente-eleito da CBF e membro do comitê executivo da Fifa, no hotel em que dirigentes da entidade internacional estão hospedado em São Paulo.
Blog do Perrone – Presidente, por que a CBF marcou o amistoso da seleção com a Sérvia para o Morumbi, se Felipão queria jogar em outro Estado (com torcida menos indócil do que a paulista)?
Marco Polo Del Nero – Não foi bom o amistoso?
Blog – Foi.
Del Nero – Teve problema?
Blog – Teve.
Del Nero – Qual problema?
Blog – Faltou energia [na sala improvisada para jornalistas], teve jogador reclamando do gramado, catraca que não funcionou…
Del Nero –Você está falando do micro. Eu estou falando do macro. No macro foi bom.
Blog – Mas eu só quero saber por qual motivo a CBF fez o jogo em São Paulo, se o Felipão queria em outro lugar.
Del Nero – Ele falou isso?
Blog – Falou. Na entrevista coletiva [na véspera do jogo].
Del Nero – Não sei disso.
Blog – Falou que preferia jogar em outro lugar, mas que obedeceu ao presidente da CBF [José Maria Marin].
Del Nero – Não sei disso.
Blog – Mas por qual motivo o jogo foi em São Paulo?
Del Nero – Depois eu explico.
Após a última resposta, Del Nero virou as costas e saiu. Assim, até agora, só temos a explicação de Juvenal Juvêncio, na ocasião presidente do São Paulo, de que o jogo foi no Morumbi porque Marin e Del Nero quiseram fazer uma homenagem a ele. Isso durante a campanha de Del Nero para a presidência da CBF. Por essa versão, a política prevaleceu sobre a vontade do técnico da seleção brasileira. Mau sinal para quem vai disputar uma Copa do Mundo em casa, em ano de eleição no país, com muita coisa em jogo.
Sobre o Autor
Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.
Sobre o Blog
Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.