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Entrevista considerada arrogante ajudou a derrubar Felipão na seleção

Perrone

15/07/2014 01h30

Antes do jogo contra a Holanda, José Maria Marin estava disposto a manter Felipão no cargo, mas acontecimentos durante e depois da partida fizeram o presidente da CBF mudar de ideia.

Enquanto a derrota ainda era escrita, pegou mal o fato de Neymar, Hulk e Marcelo orientarem os companheiros. Soou como uma perda de comando por parte do técnico.

Ao final da disputa pelo terceiro lugar, os 3 a 0 aplicados pelos holandeses deixaram Felipão com um pé na rua, pois passaram a ser dois vexames seguidos e dez gols tomados em duas partidas.

A situação de Scolari se complicou dramaticamente na entrevista coletiva. A análise generosa do desempenho da seleção e a lembrança de suas conquistas pessoais soaram como arrogância e cortina de fumaça para encobrir os maus resultados.

Foram afirmações como "desde 2002 [quando o Brasil foi campeão com Felipão] não chegávamos às semifinais", "disputei três Copas do Mundo e fiquei entre os quatro em todas", "não jogamos mal" e "tivemos momentos muito bons". Depois do show de autoconfiança, Marin teve a certeza de que a situação do treinador estava insustentável. O sentimento da cúpula da Confederação Brasileira passou a ser de que Scolari ficaria com a imagem de arrogante, justamente no momento em que a CBF quer um treinador com apoio popular. Não dava mais para manter Felipão.

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Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.


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