Levir tenta mudar após Copa. E Mano Menezes mostra resistência
Perrone
04/08/2014 14h47
Duas entrevistas coletivas de treinadores se destacaram na rodada do fim de semana do Brasileirão. Foram concedidas por Levir Culpi, do Atlético-MG, e Mano Menezes, do Corinthians. Os dois citaram a repercussão da Copa do Mundo deste ano no futebol brasileiro.
Levir afirmou, após a vitória sobre o Atlético-PR por 3 a 1, que depois do Mundial passou a ser grande a cobrança pública por atitudes inovadoras por parte dos técnicos nacionais, uma pressão para que seja reproduzido aqui o que dá certo na Europa. Embalado por esse sentimento, disse ter abolido a concentração no Galo, emblematicamente logo após a saída de Ronaldinho Gaúcho.
Enquanto Culpi mostrou vontade de fazer algo diferente diante da pressão da imprensa e de torcedores sobre os técnicos nacionais, Mano rebateu as cobranças. Após o sexto empate do Corinthians no Brasileiro, dessa vez contra o Coritiba, sem gols, o treinador considerou descabida a comparação entre Mundial e campeonato nacional. Veja abaixo a as declarações que mostram a maneira distinta de pensar dos dois treinadores em relação a o mesmo assunto.
"Comecei a ver algumas notícias, já tinha pensado nisso, usei até. Mas as notícias da seleção, da Copa do Mundo, que precisa renovar, que precisa fazer muita coisa, estudar o que está sendo feito na Europa. Como o Ronaldinho saiu, eu queria que fosse um divisor de águas a saída do Ronaldo para começar um novo ciclo, foi uma coisa que coloquei para eles depois da saída do Ronaldo".
Levir Culpi, técnico do Atlético-MG
"O pessoal está pensando na Copa. Todo jogo agora é ruim. Não estamos mais jogando a Copa. A Copa reuniu os melhores jogadores, os melhores tudo do mundo. E uma preparação de quatro, oito anos. A preparação para essa competição é diferente".
Mano Menezes, técnico do Corinthians
Sobre o Autor
Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.
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