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Após 4 meses, Corinthians não cumpre promessa de revelar contas da arena

Perrone

17/11/2014 07h42

Com Gustavo Franceschini, do UOL, em São Paulo

Em maio, o Corinthians divulgou nota oficial prometendo colocar em julho as contas referentes à construção de sua arena à disposição dos interessados no site oficial do clube. Porém, cerca de quatro meses após o prazo estipulado, as informações ainda não foram reveladas.

A promessa havia sido feita no final de uma nota oficial escrita para rebater reportagem da revista "Exame" sobre gastos com a obra da arena.

Sócios, conselheiros e até diretores reclamam que o estádio virou uma caixa preta protegida por Andrés Sanchez, diretor responsável pelo estádio.

Procurada pelo blog, a assessoria de imprensa do Corinthians respondeu que "as contas serão divulgadas assim que as obras forem finalizadas. Não aconteceu antes exatamente porque o estádio no 'modo Corinthians' não estava, assim como ainda não está, pronto".

De fato, a obra não está concluída. Mas quando prometeu que divulgaria os dados financeiros em julho, o clube sabia que a arena ainda não estaria completa, pois precisava aguardar o final da Copa do Mundo para deixar o estádio do jeito que programou.

Veja abaixo a nota com a promessa de transparência.

Esclarecimentos sobre matéria publicada na Revista Exame

16h40 23/05/2014 – Arena Corinthians
Agência Corinthians

"O Sport Club Corinthians Paulista e a Odebrecht Infraestrutura gostariam de esclarecer equívocos da matéria "Itaquerão – O maior mistério da Copa ", publicada na edição da Revista Exame do dia 28 de maio de 2014. Ao contrário do que diz a reportagem, o custo total do estádio ficou em R$ 985 milhões, referidos a maio deste ano. O valor restante é relativo a juros bancários cobrados de empréstimos pontes necessários para custeio da obras, enquanto perduravam as longas negociações pelas fontes definitivas de recursos, e a obras do overlay (temporárias para a Copa do Mundo FIFA Brasil 2014). É a Odebrecht quem está financiando o Corinthians para a cobertura desses custos extras e também para o pagamento de obras complementares ao projeto inicial da Arena Corinthians.

Esclarecemos ainda que a melhor referência para analisar o valor do estádio não é a relação por assento, mas sim por metro quadrado. Assim a Arena Corinthians, nome correto do estádio – e não Itaquerão, como a Revista Exame mencionou durante toda a matéria –, apresenta um custo de R$ 5.157 por metro quadro, valor compatível ao de empreendimentos de porte e acabamentos semelhantes.

Ainda sobre os valores, o Corinthians afirma que o valor de contrato para a compra de louças e metais dos banheiros teve um custo de R$ 600 mil. Portanto, não procede a informação de que o clube teria pago R$ 2 milhões a mais para a comprar destes produtos.

Durante todas as negociações entre o Corinthians e a Odebrecht, para definição do orçamento, sempre houve transparência e respeito, em um comportamento esperado entre partes de um contrato privado. A Construtora executou o projeto definido pelo Corinthians, seguindo especificações que visam um projeto sustentável financeiramente e que atenda às expectativas de sua torcida e associados.

Vale ressaltar também que a única participação do ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva em todo o processo foi a intenção de que a Arena Corinthians fosse construída na zona leste de São Paulo. Graças à ação de todos os que participaram da viabilização do projeto, as obras geraram 6 mil empregos diretos e 20 mil indiretos. E agora, depois de concluída, a Arena é um fator importante para o desenvolvimento de uma região carente da cidade, criando novos empregos e gerando renda, constituindo-se em verdadeiro legado para a sociedade, o que atende plenamente aos objetivos da lei municipal que possibilita o uso dos CIDs (Certificados de Incentivo ao Desenvolvimento).

Por fim, o Corinthians afirma que em dois meses todas as contas da Arena Corinthians estarão à disposição de todos os interessados no www.corinthians.com.br/arena".

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Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.


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