Valor e forma de acerto com Tite são alvos de protestos no Corinthians
Perrone
12/12/2014 06h20
A informação de que Tite acertou sua volta ao Corinthians para receber entre R$ 650 mil e R$ 700 mil mensais provocou protestos no clube, tanto de situacionistas como de oposicionistas. A revolta não é com o treinador. O problema está no valor, considerado proibitivo, e no fato de a negociação ter sido conduzida por Roberto de Andrade. O ex-diretor de futebol agiu, com aval de Mário Gobbi, como se já tivesse sido eleito presidente.
"Com as finanças do clube da maneira como estão, é um crime pagar R$ 700 mil para um treinador, por melhor que ele seja. O Tite poderia ser nossa escolha também, mas nunca por esse valor. Além disso, é um desrespeito com a instituição um conselheiro que não tem cargo na diretoria e que é candidato a presidente contratar técnico usando a máquina em sua campanha", disse Fran Papaiordanou. Ele é um dos líderes do grupo que apoia o oposicionista Paulo Garcia.
Ilmar Schiavenato, ex-diretor social e candidato à presidência na eleição de fevereiro, também fez críticas. "Acho um absurdo o candidato [Andrade] fazer o papel do presidente e sair contratando. O Tite é um bom treinador, mas o clube já não consegue pagar direito de imagem, como vai pagar essa quantia? É irresponsabilidade", declarou Ilmar.
Antonio Roque Citadini, que também pretende registrar uma chapa oposicionista na eleição, já havia feito declarações sobre a importância de o clube pagar menos do que os R$ 633 mil mensais dados a Mano Menezes.
"O Corinthians virou terra de ninguém. Não que o Tite não mereça, mas o clube pega dinheiro emprestado com empresário dando jogadores da base em troca para poder pagar os salários. De que jeito vai pagar R$ 700 mil para o treinador?", afirmou Rubens Gomes, do grupo de Citadini.
Na situação, o valor também é criticado, embora não seja confirmado oficialmente. A queixa é de que a quantia não cabe no orçamento do Corinthians para o ano que vem.
O blog não conseguiu falar com Andrade sobre o assunto. O candidato recebeu o sinal verde de Gobbi para negociar com seu preferido para o cargo depois que Garcia não quis sugerir um treinador e que Ilmar propôs a contratação de Levir Culpi
Sobre o Autor
Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.
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