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Veja como impostos atrasados atrapalham Corinthians em 2015

Perrone

05/01/2015 11h43

Anêmico financeiramente, o Corinthians demonstra dificuldade para disputar reforços com seus concorrentes. O clube ter deixado de pagar impostos, principalmente na gestão de Andrés Sanchez, é um dos fatores que provocam essa fragilidade.

Para parcelar sua dívida tributária de aproximadamente R$ 155 milhões em 15 anos e tentar evitar que o ex-presidente e outros três cartolas fossem condenados por crime fiscal (objetivo conquistado em instância inicial), o clube pagou no ano passado pelo menos R$ 30 milhões em impostos atrasados. O dinheiro faz falta na hora de contratar. Basta lembrar que o alvinegro perdeu Leandro (ex-Chapecoense) para o Palmeiras e corre o risco de perder Dudu, que disputou o último Brasileirão pelo Grêmio, para o São Paulo.

Segundo o balancete oficial do Corinthians, até outubro tinham sido pagos cerca de R$ 20 milhões do acordo para o parcelamento. Conforme disse Raul Corrêa da Silva, diretor de finanças e um dos acusados de crime fiscal, em reunião do Conselho Deliberativo corintiano em 27 de outubro, seriam pagos mais R$ 10 milhões entre novembro e dezembro. Ainda conforme afirmou o dirigente, a partir de janeiro as parcelas cairiam para cerca de R$ 700 mil mensais. O valor é minimizado pelo cartola, mas seria suficiente, por exemplo, para pagar quase dois meses de salário do técnico Tite, que recebe cerca de R$ 430 mil por mensais.

Se pudesse usar os R$ 30 milhões gastos com impostos atrasados de outra forma, o Corinthians estaria bem mais forte na briga com o São Paulo por Dudu, por exemplo. O alvinegro está disposto a pagar cerca de R$ 12 milhões parcelados ao Dínamo de Kiev por 60% dos direitos econômicos do atacante. Mas os cartolas do Morumbi acenam com pagamento à vista, conforme mostrou o UOL Esporte.

Os R$ 30 milhões também seriam suficientes para pagar os US$ 7 milhões que Guerrero pede de luvas para renovar contrato (o Corinthians oferece US$ 5 milhões) e ainda sobrariam cerca de R$ 11 milhões.  Com mais R$ 700 mil da parcela de janeiro do acordo tributário, o alvinegro ficaria perto de ter R$ 12 milhões à vista para dar por Dudu. Ou seja, seria possível solucionar os casos Guerrero e do ex-gremista. Mas o Corinthians precisa pagar o que não pagou no passado.

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Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.


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