Corinthians x Odebrecht: nem 'fiscal' da obra sabe quando arena fica pronta
Perrone
15/02/2015 11h15
Entrevista com Aníbal Coutinho, arquiteto da Arena Corinthians, motivo de briga entre Odebrecht e o clube. Ele foi procurado para falar porque, conforme o blog apurou, é considerado na construtora como um profissional inflexível. Não estaria aceitando mudanças para baratear o que resta da obra.
Nos bastidores, o Corinthians reclama dos atrasos para a conclusão dos trabalhos (a construtora mudou a previsão para o final da obra de janeiro para abril) e que a Odebrecht passou a utilizar em algumas áreas materiais mais baratos do que os combinados no contrato.
A construtora não quis se pronunciar sobre as declarações de Coutinho. Leia a entrevista abaixo.
Você tem sido inflexível na relação com a Odebrecht?
Se ser inflexível é cumprir com minhas obrigações, tenho sido. Uma das minhas obrigações como contratado do Corinthians é garantir que a obra ficará como determina o contrato. Se qualquer uma das partes quiser fazer alterações, tem que solicitar uma mudança no contrato. Uma das minhas funções é garantir que tudo pelo o que o Corinthians pagou ou vai pagar ao longo dos anos será feito. Não se espere de mim transigência. Da minha parte seria uma leviandade, uma infidelidade (com o Corinthians) deixar de cumprir as funções para as quais fui contratado. Se as partes estabelecerem um novo contrato, vou seguir o novo documento.
Quando as obras no estádio vão terminar?
Não posso responder porque não disponho do cronograma da obra. Já solicitei (para a Odebrecht) mas não recebi. Então não tenho como saber.
Quanto o Corinthians deixa de faturar por causa de obras, como camarotes, que ainda não ficaram prontas?
Não fiz esse cálculo. Ainda vou solicitar essa informação ao Corinthians.
Sobre o Autor
Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.
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Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.