Falta de grana pesa na decisão de não demitir Muricy
Perrone
02/04/2015 08h04
As dificuldades financeiras enfrentadas pelo São Paulo fazem parte dos argumentos da diretoria para rebater os críticos que pedem a demissão de Muricy Ramalho.
Na avaliação da direção, mandar o treinador embora significaria o risco de dobrar seus gastos com técnico. Isso porque o clube teria que continuar pagando cerca de R$ 500 mil mensais a Muricy até dezembro, quando termina seu contrato, além de bancar seu substituto.
Pelos cálculos dos cartolas, seria difícil conseguir um técnico de alto nível para ganhar menos do que Muricy. Se o substituto também recebesse R$ 500 mil, o clube passaria a gastar R$ 1 milhão por mês só com treinador até o fim do ano. Mesmo um técnico mais barato provocaria aumento na despesa, já que seriam dois profissionais pagos ao mesmo tempo.
O gasto extra é indesejável para quem fechou 2014 com um déficit operacional de aproximadamente R$ 54 milhões. Só a dívida bancária são-paulina pulou de R$ 92,8 milhões em 2013 para cerca de R$ 150,4 milhões em 2014.
A falta de dinheiro, porém, não é o único motivo que fez a diretoria manter Muricy até agora, apesar de considerar o treinador o principal responsável pelos maus resultados da equipe. A escassez de bons nomes disponíveis no mercado também ajudou. Efetivar o auxiliar Milton Cruz em seu lugar poderia ser uma alternativa barata. Mas o assistente não tem a confiança da cúpula são-paulina e enfrenta um processo de fritura.
Sobre o Autor
Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.
Sobre o Blog
Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.