Defesa tenta evitar que Marin vire 'troféu' em cadeia americana
Perrone
19/08/2015 08h47
Enquanto aguardam a Justiça suíça decidir se aceita o pedido de extradição de José Maria Marin, os advogados do ex-presidente da CBF conversam informalmente com procuradores norte-americanos. Eles tentam diminuir o tempo que o cartola ficaria preso em regime fechado nos Estados Unidos ou até mesmo eliminar essa possibilidade.
Para os defensores, a Justiça norte-americana quer exibir Marin como um troféu na cadeia. É isso que tentam evitar.
No entanto, a defesa nega um acordo que inclua delação premiada para o dirigente. Bate na tecla de que o trato que aceita é levar o brasileiro até território norte-americano para assinar um depoimento e responder ao processo no Brasil.
Mas essa hipótese é remotíssima. Assim, os advogados usam os 83 anos do dirigente para tentar diminuir o tempo em que ele ficaria na cadeia. As conversas são para tentar que, em caso de extradição, ele fique no máximo semanas em regime fechado para depois ser encaminhado para prisão domiciliar enquanto dura o processo, o que já acontece com o empresário J.Hawilla. Ambos têm imóveis nos Estados Unidos. A diferença é que Hawilla já confessou ter pago propina na compra de direitos de transmissão de jogos pela TV e colabora com a Justiça.
Em outra frente, os advogados de Marin trabalham para que ele recorra contra o pedido de extradição, se for o caso, em liberdade assistida na Suíça. Ou seja, ficaria fora da cadeia, mas seria permanentemente vigiado. A expectativa é de que a decisão sobre se ele será extraditado saia ainda em agosto. Porém, os dois recursos possíveis no caso podem levar mais de cinco meses para serem julgados.
Sobre o Autor
Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.
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