Cartolas do SPFC tentam blindar Osorio em entrevista contra atrito com time
Perrone
13/09/2015 07h07
Dirigentes do São Paulo estão preocupados com as polêmicas entrevistas do técnico Juan Carlos Osorio. Temem, principalmente, que ele incomode os jogadores e perca o vestiário com suas declarações. Por isso, querem blindar o treinador.
O auxiliar Milton Cruz recebeu até o pedido de um integrante da cúpula tricolor para tentar acalmar o técnico. A ideia é que ele oriente o colombiano a diminuir sua quantidade de entrevistas e a evitar atrito com jogadores.
Cartolas entendem que já há um risco de atletas se irritarem com Osorio por causa do rodízio promovido por ele no time titular. A preocupação maior é com jogadores mais experientes que entram na dança, como Michel Bastos. Nesse cenário, frases mais apimentadas podem entornar o caldo de vez, na opinião de parte dos diretores.
Mas a relação com os atletas não é a única que preocupa. O relacionamento com conselheiros é outro ponto que inspira cuidados. Milton ouviu um conselho para sugerir que Osorio troque seu número de celular. O treinador disse numa de suas entrevistas que recebeu mensagem de uma pessoa do clube em seu telefone e que isso o incomodou. A diretoria acredita que o recado partiu de algum conselheiro. Assim, trocar o número do celular dificultaria o acesso de corneteiros ao técnico.
Alguns dirigentes acreditam que Osorio encontrou no Brasil um ambiente que não esperava, com mais cobrança de conselheiros e exposição na mídia. Essa combinação teria resultado em entrevistas polêmicas, como a concedida após a derrota para o Santos por 3 a 0. Na ocasião, o técnico falou em ausência de jogadores de qualidade. Depois explicou que se referiu a desfalques.
Sobre o Autor
Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.
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