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Juízes ruins fazem cartola bom de briga valer como craque

Perrone

06/09/2015 09h00

Reparou como nos últimos dias cartolas falando grosso e cobrando a arbitragem apareceram mais no noticiário do que jogadores? Natural por causa da tempestade de erros. Mas a quantidade e o tom dos pronunciamentos também sinalizam o caminho perigoso para o qual a ruindade dos juízes leva o Campeonato Brasileiro.

Pressionar árbitro para que o erro da vez não seja contra o seu time virou uma arma tão fundamental quanto um cruzamento certeiro ou uma falta cobrada no ângulo.

Isso vai ajudar a resolver o problema? Provavelmente não. Talvez ajude alguns dirigentes a ganharem votos em eventuais eleições por aparecerem como defensores de seus times. Porém, em relação à competição, a tendência é que só piore e que cada vez mais cartolas, técnicos e jogadores queiram ganhar no grito.

Diante de juízes fragilizados, a tentação do atacante de se jogar na área, por exemplo, é maior. "Se meu time foi prejudicado nas últimas rodadas e a arbitragem massacrada por um cartola poderoso como o nosso, ele não vai querer se arriscar. Vai dar o pênalti". Isso é o que deve ter atacante pensando por aí.

Nessa toada, a desmoralização do campeonato só aumenta. Infelizmente, num Brasileirão bem jogado, com times ofensivos e jogos emocionantes, corremos o risco de voltar ao tempo em que vale tudo nos bastidores. Se continuar do jeito que está, daqui a pouco ter um dirigente bom de briga vai valer no mínimo tanto quanto um craque.

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Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.


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