Rival da Globo garante compra de jogos também para TV aberta, dizem clubes
Perrone
23/01/2016 10h21
Um dos principais temores dos cartolas que negociam a venda dos direitos de transmissão do Brasileirão em TV fechada, a partir de 2019, para o Esporte Interativo (EI), sempre foi não ter com quem negociar os jogos em sinal aberto. Isso porque a previsão é de que a Globo não se interesse, como uma forma de retaliação aos "rebeldes" e que outras emissoras não tenham dinheiro para a operação.
Porém, cartolas envolvidos na negociação afirmam que o problema foi solucionado. Contam que a Turner, dona do Esporte Interativo, topou incluir no contrato uma cláusula que obriga o canal a comprar também os direitos para TV aberta. Isso desde que os clubes não consigam fazer a venda até o início do Brasileirão.
A empresa não tem interesse na transmissão em sinal aberto, então, provavelmente, tentaria repassar a baixo custo os direitos para outra concorrente da Globo.
Pelo acordo que está sendo costurado, a Turner pagaria R$ 600 milhões pela transmissão em TV fechada e mais cerca de R$ 210 milhões pelos direitos em sinal aberto, se for necessário. Além dessa quantia, seriam pagas luvas, negociadas entre R$ 30 milhões e R$ 40 milhões.
Para assinar o contrato, a empresa quer a participação de no mínimo oito clubes. Sete tem conversado desde início das negociações. São eles, Santos, Fluminense, Grêmio, Internacional, Coritiba, Atlético-PR e Bahia, que está na Série B. O São Paulo passou a participar depois das conversas, ao mesmo tempo em que negocia com a Globo.
A Turner não comenta o assunto.
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Sobre o Autor
Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.
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