Corinthians e São Paulo invertem papéis de nove anos atrás
Perrone
28/02/2016 09h22
Brigas políticas, a tentativa de superar a renúncia de seu presidente, um time que não decola, a incessante busca por um treinador que vingue e remunerações atrasadas.
O cenário caótico descrito acima se encaixa no São Paulo atual e no Corinthians de 2007. Assim, como a descrição abaixo serve para o alvinegro de hoje e o tricolor de 2007:
Campeão brasileiro no ano anterior, técnico identificado com o clube e estável no emprego, um goleiro como ídolo e estrutura elogiada.
Os dois cenários mostram que agora os rivais agora têm papéis invertidos em relação a 2007, ano em que o Corinthians terminou o Brasileiro rebaixado (o que não significa exatamente que o São Paulo esteja caminhando para o mesmo desfecho).
No final de 2007, o Corinthians tentava superar o cenário de terra arrasada após a renúncia de Alberto Dualib, no segundo semestre daquele ano, depois de sua administração ser bombardeada por denúncias. Pipocavam problemas políticos rotineiramente. Jogadores sofriam com constantes atrasos nos pagamentos. E entre a temporada anterior e a de 2007 seis treinadores comandaram o time.
No início de 20016, o São Paulo tenta superar o cenário de terra arrasada após a renúncia de Carlos Miguel Aidar, em outubro de 2015, depois de sua administração ser bombardeada por denúncias. Pipocam problemas políticos rotineiramente. Jogadores sofrem com constantes atrasos nos pagamentos. E entre a temporada anterior e a atual cinco treinadores comandaram o time.
Enquanto o Corinthians sofria em 2007, o São Paulo vinha de uma conquista de título brasileiro no ano anterior, tinha no banco um técnico (Muricy Ramalho) adorado pela torcida, com estabilidade no emprego, conhecedor do clube, vitorioso e considerado por muitos o melhor do país. Seu goleiro titular (Rogério Ceni) era idolatrado pelos torcedores. A estrutura do clube era tida como uma das mais eficientes do Brasil.
Enquanto o São Paulo sofre no início de 2016, o Corinthians vem de uma conquista de título brasileiro no ano anterior, tem no banco um técnico (Tite) adorado pela torcida, com estabilidade no emprego, conhecedor do clube, vitorioso e considerado por muitos o melhor do país. Seu goleiro titular (Cássio) é idolatrado pelos torcedores. A estrutura do clube é tida como uma das mais eficientes do Brasil.
Nove anos atrás, era impossível imaginar uma reviravolta tão grande na vida dos dois rivais.
Sobre o Autor
Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.
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