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Cunha pede para Carlinhos, Michel e Wesley não reclamarem e jogarem

Perrone

10/09/2016 06h00

Entrevista com Marco Aurélio Cunha, novo diretor executivo de futebol do São Paulo.

Blog Quem são os jogadores cansados no elenco sobre os quais o senhor falou ao visitar o CT? O que vai acontecer com eles?

Marco Aurélio Cunha Jogador cansado que eu disse é o sem comprometimento, que não está percebendo a situação em que o clube se encontra. Aquele que talvez no treinamento se poupe, aquele que no campo de futebol muitas vezes dá energia, mas a parte tática dele, técnica, não é envolvente. É o jogador que muitas vezes está no clube, mas não tem ideia da grandeza do clube. Cansado é o que leva o trabalho como rotina e não como atleta de ponta. Isso que a gente vai colocar lá, que o São Paulo é um clube de atletas de ponta, que querem ganhar títulos, ter pôster na parede e que não estão lá por um emprego, de passagem. Então cansado é esse. Acho que a gente vai identificar os que talvez estejam com menos comprometimento do que os outros.

Blog Vai ter lista de dispensa?

Cunha Lista de dispensa, claro que não. Temos dois meses e meio para terminar o campeonato, todos vão ser incorporados, todos terão que fazer o melhor possível. Obviamente, se alguém não quiser ficar, sai. A gente vai ver em que circunstâncias ele pode sair. Mas a princípio temos que agregar forças e não dissidências. Temos que contar com todos que estão no elenco, que não é tão grande, tão pronto assim.

Blog São justas as críticas da torcida a Michel Bastos, Carlinhos e Wesley?

Cunha As críticas ao Michel Bastos, ao Carlinhos e ao Wesley são comuns a jogadores que às vezes a torcida pega no pé por algum aspecto muito mais técnico do que físico. Por exemplo, o jogador tem um estilo cadenciado, é mais lento, tal, talvez nem jogue mal. E um cascudo, que dá porrada, marca, eles (torcedores) têm mais proximidade. Então acho que esses jogadores precisam talvez compreender um pouco o torcedor, não reclamar tanto e jogar porque jogando tudo passa.

Blog – Qual o principal problema do time?

Cunha  O problema do time… eu acho que o São Paulo joga um futebol de muito passe, cadenciado, até certo ponto lento pelas características de seus jogadores. Perdeu jogadores importantes e não tem muita velocidade, isso dificulta a surpresa e os contra-ataques. O Kelvin é um jogador de velocidade, acho que ele ajuda muito. O São Paulo precisa de velocidade, acho que esse é um problema estratégico que quem tem que resolver, identificar é o Ricardo (Gomes).

Blog – A política do clube atrapalha o futebol do São Paulo?

Cunha  A política raramente atrapalha um time de futebol. Quando uma torcida invade o CT sempre tem uma motivação política de alguém ou da própria torcida, daí ela atrapalha o futebol. Agora política de discussão, debate, democrática, árdua não chega no jogador, ele não tem a mínima ideia da vida política do clube, a não ser quando alguém comete algum ato fora do comum.

Blog – O estatuto diz que conselheiro não pode ser remunerado como diretor. Seu cargo não é na diretoria estatutária, mesmo assim parte da oposição interpreta que não poderia ser remunerado. Qual a sua interpretação?

Cunha Já fui remunerado como conselheiro. Eu era superintendente de futebol, fui eleito conselheiro e não teve nenhum problema. Acho que o estatuto tem que mudar para permitir que diretorias executivas sejam remuneradas. Mas deixo isso a cargo do presidente, não vou me incomodar com isso.

Blog Como será se precisar reclamar de algo na CBF pelo São Paulo sendo funcionário (coordenador de futebol feminino) licenciado dela?

Cunha  Não tem nada demais. Nunca vou deixar de reclamar de algo que eu possa ter razão, seja na CBF, com o prefeito. Não é porque o sujeito está na CBF que não tem direitos. Se eu interpretar que algo está errado, vou lá e reclamo, sem nenhum constrangimento. Parece até que porque você tem uma relação fica impedido de fazer algumas coisas. Claro que não. Se eu achar que numa arbitragem fomos prejudicados vou no Sérgio Corrêa (chefe dos árbitros na CBF) e digo que fomos prejudicados, não tem nenhum problema. Temos muito mimi com essas coisas. Se você é honesto nada constrange.

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Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.


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