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Opinião: rebaixado, Inter precisa apagar imagem antipática e gastar melhor

Perrone

12/12/2016 11h09

Voltar a jogar a Série A em 2018 está longe de ser a tarefa mais difícil do Internacional na próxima temporada. Pela diferença de receitas que têm em relação aos seus futuros rivais, é impensável que o Colorado não consiga uma das quatro vagas na elite.

Bem mais complicado é racionalizar os gastos do clube e reconstruir sua imagem, abalada por escorregadas de dirigentes.

A comparação com o maior rival, mostra como o Internacional não soube gerir seu dinheiro neste ano. De acordo com dados publicados pelos dois clubes em seus sites, até 30 de setembro, o Inter arrecadou R$ 92,8 milhões a menos do que o campeão da Copa do Brasil e gastou R$ 24,4 milhões a mais.

Em média, o Internacional registrou até setembro, com salários e direitos de imagem de jogadores, comissão técnica e outros funcionários, contando encargos trabalhistas, gastos de R$ 9,5 milhões mensais, o que está longe de ser uma marca digna de time rebaixado.

Gastar menos na montagem do time para a Série B também não será problema, porém o trabalho dos cartolas é preparar um esqueleto de elenco com melhor custo-benefício para o retorno à elite.

Também será necessário um plano para tirar do Inter o carimbo de equipe antipática que ganhou graças ao discurso desesperado de seus cartolas e jogadores. Eles deixaram a impressão de que estavam dispostos a aproveitar a tragédia com a Chapecoense para melar o campeonato e evitar a queda.

A falta de habilidade dos dirigentes transformou o time que a todo instante se diz vítima de armação em 2005 em vilão, odiado por grande parte das torcidas. Isso pode afastar patrocinadores e tem potencial para tornar mais difíceis os jogos como visitante.

Outro trabalho colorado será não demitir treinador porque a torcida pegou bronca dele. Na Série B, essa missão não é tão complicada, pois os resultados tendem a ser favoráveis desde o início, mas a lição do que a troca de técnicos ao gosto dos torcedores fez com o time precisará ser lembrada no retorno à elite.

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Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.


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