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Profut e eleição próxima fazem oferta da Globo gerar polêmica no São Paulo

Perrone

07/12/2016 09h49

A convocação de uma reunião no próximo dia 13 para aprovar ou não novo contrato do São Paulo para transmissão dos jogos do Brasileirão em TV aberta a partir de 2019 com a Globo gera polêmica no clube e ataques à diretoria.

Conselheiros de diferentes correntes afirmam que a direção deveria esperar a eleição, em abril de 2017, para deixar a próxima administração decidir sobre o assunto, ainda que Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, seja eleito novamente.

Também questionam se o acordo respeita o Profut (lei que refinanciou dívidas fiscais dos clubes e considera gestão temerária a antecipação de receitas), se os valores são no mínimo iguais aos recebidos pelos principais rivais e afirmam que a pressa para renovar um contrato que termina em 2018 indica que a situação financeira do clube não está boa como a diretoria sustenta.

"A proposta fala de luvas e adiantamentos. Temos um novo estatuto que preconiza ações profissionais. Por ser um tema tão relevante, a forma (como a reunião foi convocada, logo após a aprovação das mudanças estatutárias) surpreendeu bastante inúmeros conselheiros. Creio que o contrato/proposta deve ter sido fruto de uma negociação longa e que por isso todos (conselheiros) poderiam ter mais tempo para análise, só isso. Temos questões ligadas ao Profut e eleição para presidente em abril de 2017", afirmou ao blog Júlio Casares, influente conselheiro são-paulino.

Ele afirma também que o ideal seria discutir o assunto depois do pleito presidencial e nega que tenha interesse em se candidatar.

"O mais prudente seria esperar a eleição, mas é preciso ouvir a diretoria para saber quais são as necessidades do clube para assinar esse contrato. Pedi uma reunião com o Adilson (Alves Martins, diretor financeiro), para ele esclarecer as dúvidas", disse Roberto Natel, ex-vice-presidente da atual administração e pré-candidato à presidência.

Indagado pelo blog, Marcelo Abranches Pupo Barboza, presidente do Conselho Deliberativo do São Paulo, afirmou que o estatuto do clube não veda a assinatura de contratos que ultrapassem a gestão, desde que aprovados pelo conselho. "A nova questão não tem a ver com o estatuto. É que tais eventos devem respeitar as regras impostas pelo Profut", declarou Pupo. Sobre se a proposta que será apresentada aos conselheiros respeita ou fere a lei, ele respondeu que por razão funcional não pode discutir questões relacionadas ao contrato.

A diretoria, por meio da assessoria de imprensa do clube, afirmou também que não poderia entrar em detalhes da proposta e esclarecer se há previsão de adiantamento no novo acordo antes da apresentação ao conselho. Afirmou ainda que o contrato que será proposto segue as regras do Profut.

Entre as ações que a nova lei considera gestão temerária ou irregular está antecipar ou comprometer receitas posteriores ao término da gestão. Isso a menos que o valor antecipado seja de até 30% das verbas referentes ao primeiro ano da administração seguinte ou no caso de ser usado para substituir passivos onerosos, implicando na redução do endividamento.

 Antecipar receitas de outro mandato para contratar jogadores, por exemplo, é considerado ato irregular e prevê responsabilização dos dirigentes com seus próprios bens.

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Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.


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