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Como suspeita em eleição dificulta projeto de Andrés no Corinthians

Perrone

09/02/2018 04h00

Diante de uma oposição maior no clube, Andrés Sanchez tem repetido que sua meta na volta à presidência do Corinthians é pacificar o alvinegro. Tal pacificação, com voz para os oposicionistas na gestão, é necessária para facilitar a governabilidade dele, principalmente porque o Conselho Deliberativo tem mais opositores do que antes. Porém, esse projeto sofreu um duro golpe com a decisão de Paulo Garcia de entrar com uma ação criminal contra a empresa que cuidou do sistema de votação eletrônica do pleito. O gesto cria um muro entre o segundo colocado na votação e a administração atual.

Logo depois de Garcia agir na Justiça, a diretoria emitiu nota lamentando "a opção dos demais concorrentes em resistir ao resultado das urnas", num sinal de distanciamento entre os grupos. Mesmo assim, o comunicado afirma que a direção insistirá na união das diferentes alas.

O segundo candidato mais votado aponta na Justiça supostas irregularidades na votação e na apuração eletrônica comandada pela empresa Telemeeting Brasil. A ação, no entanto, não acusa a situação corintiana de envolvimento nas eventuais irregularidades. O processo está sob sigilo de Justiça, por isso não é possível saber exatamente quais são as queixas do opositor. Garcia disse ao blog que não pode falar sobre o tema por causa desse sigilo.

Ele é um dos conselheiros mais influentes no Conselho Deliberativo, especialmente entre os membros vitalícios. Assim, seu nome é fundamental numa eventual composição para deixar Andrés mais confortável no órgão.

Uma das possibilidades até a ação ser distribuída era a de o oposicionista ser apoiado por Andrés para concorrer à presidência do conselho ou indicar um nome para o posto. Parte dos aliados do opositor defendem o deputado federal Goulart (PSD-SP), historicamente apoiado pela Gaviões da Fiel, para a presidência do conselho. Isso no caso de Garcia não se interessar pelo cargo.

Alguns dos apoiadores do oposicionista acreditavam até na possibilidade de ele ser nomeado para a diretoria de futebol, acima de Duílio Monteiro Alves, que já trabalha no departamento e ficaria como adjunto.

O xadrez político fez com que até agora o presidente só tenha anunciado três diretores: Luís Paulo Rosenberg (Marketing), Wesley Melo (financeiro) e Fabio Trubilhano (Jurídico).

A união pregada por Andrés já havia se complicado com a nomeação de Rosenberg. Parte dos aliados de Garcia critica a escolha do diretor de marketing.

Por sua vez, Rosenberg é entusiasta da pacificação. Durante a campanha ele falava em unir Sanchez e Antonio Roque Citadini, terceiro colocado na votação.

Juntar os dois pode se tornar ainda mais difícil. O estafe de Citadini prepara um lado também com supostas irregularidades no sistema eletrônico da eleição. Assim que o documento ficar pronto, ele decidirá se vai à Justiça.

Para a contrariedade do presidente alvinegro, o cenário político pode ficar ainda mais bélico se candidatos derrotados ao conselho resolverem aderir às desconfianças em relação à lisura do pleito.

 

 

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Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.


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