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Opinião: Palmeiras aprova mordomia a eleitor e patrocinadora no poder

Perrone

05/08/2018 11h27

Ao votar de forma esmagadora a favor das mudanças estatutárias no clube, a maioria do associado do Palmeiras emite uma série de sinais. O mais óbvio é o entendimento de que é melhor para o clube ter um presidente que fique três anos no cargo, um a mais do que atualmente. Outro recado claro é o de que a maior parte enxerga com bons olhos a candidatura de Leila Pereira em 2021 (saiba mais clicando aqui).

Foram cerca de 65% dos votos a favor da alteração, que teve a dona da Crefisa como principal cabo eleitoral. Isso indica que esses sócios não enxergaram de maneira negativa o fato de a patrocinadora dizer que vai deixar o clube caso um adversário seu vença a próxima eleição.

O resultado também demonstra que a maioria aprova a política de agradar eleitores com jantares, pizzas e voos em jato particular para acompanhar o time. Leila proporcionou tudo isso no período da campanha pelo "sim". Nada disso fere a ética eleitoral para os que aceitaram os convites e votaram a favor da mudança.

Assim como a maioria dos sócios mostrou não considerar antiético o atual presidente, Maurício Galiotte, se beneficiar de uma mudança estatutária definida em seu mandato. Ele pretende se candidatar à reeleição no pleito deste ano. Caso vença, será o primeiro a desfrutar dos três anos de presidência.

O resultado também reforça o que já era sabido: Mustafá Contursi sofre imensa rejeição entre os sócios. O ex-presidente não foi o único cartola influente no Palmeiras a ter restrições em relação às mudanças. Porém, ficou popularizada a ideia de que se tratava de uma briga entre ele e Leila.

O saldo da votação é a imagem de que a maioria dos sócios entende ser salutar para o clube ter na mesma figura uma patrocinadora que investe pesado na equipe e uma dirigente capaz de influenciar profundamente a política palmeirense. Ainda que para isso cogite fechar a torneira milionária aberta para o alviverde. O caminhão de dinheiro destinado para a contratação de reforços parece apagar os traços de conflitos de interesse na opinião desses eleitores. Isso mesmo com a alteração contratual que faz o clube devolver integralmente a parte da verba injetada pela empresária exclusivamente para a aquisição de jogadores.

 

 

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Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.


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