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Apesar de temor de clubes, CBF vê mal-estar com Conmebol superado

Perrone

02/10/2018 04h00

Dirigentes de clubes brasileiros têm reclamado frequentemente de serem prejudicados em competições organizadas pela Conmebol, especialmente na Libertadores. Pelo menos parte deles acredita que a CBF perdeu força na entidade desde que seu presidente, Coronel Nunes, votou na candidatura do Marrocos para a Copa de 2026. O combinado entre os países sul-americanos era apoiar o trio formado por Estados Unidos, Canadá e México, que venceu a disputa.

Apesar das seguidas queixas e do receio de novos problemas, a cúpula da confederação brasileira acredita que o mal-estar já foi contornado. O argumento usado internamente é de que gestões feitas por Rogério Caboclo, eleito para a presidir a entidade a partir de abril do ano que vem, fizeram o problema ser superado ainda durante a primeira fase do Mundial da Rússia.

Além disso, a entidade nacional mantém a postura de interpretar que os assuntos não se misturam. Ou seja, que em nenhum momento houve retaliação aos brasileiros por parte da Confederação Sul-Americana.

Chefe da delegação da seleção, que montou seu QG em Sochi, Caboclo foi com frequência para Moscou, onde estavam os cartolas da Fifa e da Conmebol. Lá, conforme apuração do blog, trabalhou na tentativa de minimizar o impacto do voto do coronel. Desde então, o presidente da CBF ficou distante dos principais eventos da Confederação Sul-Americana durante a Copa.

Só que problemas aconteceram depois do Mundial. O Santos, por exemplo, foi punido por usar Carlos Sánchez, suspenso, em jogo com o Independiente. A punição transformou o empate sem gols na Argentina em 3 a 0 para o time mandante pelas oitavas de final da Libertadores.

Na ocasião, o técnico Cuca criticou a organização da diretoria santista, mas reclamou também de o julgamento acontecer apenas horas antes da partida. Alegou que não teve tempo para preparar decentemente sua equipe em busca de uma vitória por 3 a 0 para levar a decisão aos pênaltis ou para obter diferença maior que três gols.

Nos bastidores, antes do julgamento, a direção do Santos admitia temer retaliação por conta do voto de Coronel Nunes.

Já nas quartas de final, o Cruzeiro se sentiu prejudicado com a polêmica expulsão de Dedé contra o Boca Juniors na Argentina. Após o episódio, Maurício Galiotte,  pediu união aos clubes brasileiros. "O problema não é o VAR (árbitro de vídeo). O problema é que temos que ter representatividade na Conmebol", afirmou o presidente do Palmeiras. Em seguida, porém, ele declarou não acreditar que o voto de Coronel Nunes tenha ligação com as dificuldades enfrentadas pelos times do país.

No caso do Cruzeiro, o cartão vermelho dado para Dedé foi cancelado pela Conmebol. Ele poderá jogar nesta quinta (4) contra o Boca no Mineirão. O time de Mano Menezes perdeu o primeiro jogo das quartas de final por 2 a 0. Nesta terça, o Grêmio recebe o Atlético Tucuman após vencer o duelo de ida por 2 a o. Na quarta, é a vez de o Palmeiras encarar o Colo-Colo em São Paulo. No Chile, o alviverde venceu por 2 a 0.

 

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Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.


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