Primeiros do Brasileiro capricham no desarme, mas abusam nos erros de passe
Perrone
01/10/2018 11h36
O jogador do seu time desarma o adversário, mas na sequência a equipe erra o passe e entrega a bola para o rival. A situação, irritante para o torcedor, é comum aos três primeiros colocados do Brasileirão.
Estatísticas do site "Footstats" mostram que Palmeiras, Internacional e São Paulo são eficientes no desarmes, mas erram muitos passes. Como semelhança, o trio também tem o capricho nos dribles e o alto número de cartões recebidos, entre outros fatores.
Terceiro colocado, o São Paulo é o time que tem o percentual mais alto de passes errados no campeonato: 12,9%. O Inter, vice-líder, erra 10%, pouco menos que o Palmeiras (10,1%). Nove equipes têm marcas melhores do que colorados e palmeirenses. Décimo primeiro colocado do Brasileirão, o Atlético-PR é o clube que menos falha nos passes com índice de erro de 7,6%.
Ao mesmo tempo em que os números sugerem um certo desleixo da trinca na hora de passar a bola, mostram eficiência no desarme. Ao lado do Flamengo, o Palmeiras ostenta a melhor média de desarmes certos: 18,9 por jogo. O São Paulo aparece em seguida (18,4) e o Colorado na sequência (17,3).
Os dados também indicam pouca preocupação do trio em evitar cartões amarelos. O time do Allianz Parque é o segundo mais advertido da competição com 80. Só Vitória levou mais amarelos. Foram 85 até aqui. O São Paulo é o terceiro nesse quesito com 77 advertências. O Inter está na quinta colocação (74).
Alviverdes e tricolores receberam ainda quatro vermelhos. Os colorados tiveram três expulsões até agora. O Flamengo está no topo da lista vermelha com 8.
A eficiência nos desarmes e o excesso de cartões não significa que os três primeiros do Brasileirão abdicam da fantasia. Pelo contrário. O ranking dos times que mais acertam dribles no campeonato reflete a posição dos três na classificação. O Palmeiras lidera com 122, seguido por Inter (117) e São Paulo (112).
Sobre o Autor
Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.
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