Opinião: Volpi é o reforço mais pressionado entre todos do país
Perrone
25/12/2018 12h42
A contratação de Pablo foi a mais badalada do mercado brasileiro até agora. Porém, o reforço que chega mais pressionado em seu novo clube é Tiago Volpi, que será companheiro do atacante no São Paulo.
Pelos valores envolvidos em sua transferência, Pablo será fortemente cobrado para se transformar em goleador do Morumbi. Mas, na opinião deste blogueiro, a cobrança sobre ele não se compara ao que Volpi enfrentará.
Nenhum dos jogadores que se transferiram até agora no futebol nacional tem uma missão tão complicada quanto a do goleiro que estava no Querétaro, do México.
O novo goleiro são-paulino será recebido por uma torcida órfã de um dos maiores ídolos do clube. Rogério Ceni é a referência para qualquer um que defenda a meta tricolor. Ou seja, quem estiver nessa posição precisa salvar o time com defesas milagrosas, ser especialista em defender pênaltis, saber jogar minimamente com os pés e ainda se transformar em líder da equipe.
Não alcançar esse conjunto de habilidades deixa o postulante ao posto vulnerável. Denis, Sidão e Jean são provas disso.
O fracasso do clube na missão de preparar um substituto para Ceni, apesar do tempo que houve para isso, deixou a torcida impaciente ao extremo. É praticamente impossível blindar dessa impaciência os postulantes à vaga. Ela tende a se transformar em insegurança e, consequentemente, em falhas.
Esse é o cenário que Volpi vai enfrentar. O fato de estar emprestado por apenas um ano aumenta o grau de dificuldade da tarefa dada a ele. Isso porque o goleiro já sabe que o tempo para conquistar o carente torcedor são-paulino e conseguir um contrato mais longo será escasso.
Sobre o Autor
Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.
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