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Análise: como Love foi importante além do gol do tri corintiano

Perrone

22/04/2019 10h31

Vagner Love entrou para a história do tricampeonato paulista do Corinthians como autor do gol do título na vitória por 2 a 1 sobre o São Paulo, porém, sua importância na campanha corintiana foi além da única bola que mandou para as redes na competição. A versatilidade e o posicionamento dele sem a bola foram valiosos para o time de Fábio Carille.

O veterano jogou como centroavante e atacante pelos dois lados. Pelas beiradas, o jogador de 34 anos executou função desgastante e semelhante à que era feita por Romero, de 26 anos. Quando o time estava sem a bola, ele marcava o lateral ou o ponta rival até no campo de defesa corintiano, com a obrigação de ir para o ataque rapidamente quando a equipe recuperava a posse de bola.

Na defesa, além de marcar o adversário que estava com a bola, dependendo do momento, ele se posicionava no meio do caminho do rival mas bem posicionado para receber o passe, tirando uma opção do oponente. Outra função, era se posicionar no primeiro pau nos escanteios para os rivais. Quando outro jogador adversário se aproximava do cobrador, lá partia Love para fazer a marcação fora da área e tentar a evitar a cobrança curta. O atacante também marcava a saída de bola dos rivais.

Quando era o atacante pelo meio, ele chegou a ser útil roubando a bola no círculo central e iniciando contra-ataque. No campeonato inteiro, fez cinco desarmes em 13 jogos, segundo o site "Footstats". Gustagol efetuou oito em 15 apresentações.

No ataque, Love flutuou sempre em busca de espaço tentando evitar ficar isolado, preso entre os defensores adversários, algo que aconteceu frequentemente com Gustagol. Ele se deslocava de um lado para o outro e quase sempre procurava se aproximar do companheiro com a bola para dar ao colega uma opção de passe. Em parte das jogadas em profundidade que se encaminhavam para o cruzamento buscando Gustagol, Love se posicionava ao lado do companheiro, de frente para a meta adversária, em posição para arrancar e aproveitar um eventual rebote. Nos escanteios, uma de suas funções era ficar na segunda trave para, principalmente, tentar aproveitar a segunda bola. Não fez gol assim no Paulista, mas deu trabalho para defensores adversários.

Quando o Corinthians roubava a bola, o veterano era um dos poucos a enxergar espaços vazios e partir em velocidade para eles. O melhor exemplo é o segundo gol corintiano na partida decisiva. Quanto a jogada ofensiva se desenvolve pelo lado direito do ataque, ele enxerga um espaço deixado pela zaga tricolor. Então, se desloca da direita para o centro da área e fica em condição perfeita para receber a bola. O trabalho foi tão bem executado que Love precisou de um só toque na bola para marcar o gol. O lance resumiu toda visão de jogo e inteligência tática demonstradas por ele no campeonato.

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Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.


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