Opinião: Cuca demorou tanto que chega ao São Paulo em momento inoportuno
Perrone
01/04/2019 16h14
Depois de muito esperar, o São Paulo recebeu nesta segunda o técnico Cuca. Na opinião deste blogueiro, o clube errou ao esperar tanto pelo treinador, apesar de sua indiscutível qualidade. O problema é o tempo perdido até que o trabalho dele comece. Só que ele foi liberado por seu médico antes do esperado (15 de abril) e chega num momento inoportuno na análise do blog.
Mancini, que não havia feito o time decolar, finalmente colocou a equipe tricolor nos trilhos a partir das quartas de final do Campeonato Paulista com o maior aproveitamento de atletas revelados na base. O São Paulo ficou mais rápido, leve e técnico com atletas como Antony, Liziero e Igor Gomes. Um padrão de jogo começou a ser visto. Mas, justamente neste momento Cuca chega. E agora, ele vai manter na íntegra o trabalho de Mancini? Difícil que isso aconteça. Todo treinador tem suas particularidades. Por menos que ele tente mexer, alguma coisa vai mudar. A reação dos atletas à essa alteração é uma incógnita.
Para trocar o comando no jogo decisivo das semifinais com o Palmeiras, no próximo domingo (7), acredito que fosse melhor esperar o Estadual passar. Se o São Paulo ainda estivesse desorientado como na primeira fase, seria melhor Cuca já assumir. Mas, agora que as coisas começaram a funcionar há mais riscos do que benefícios na troca. No meu entendimento, pensando na vaga para a final, em um só jogo é mais fácil desandar algo com o novo comandante do que acontecer uma melhora substancial que justifique a aposta.
Outro ponto é que a diretoria não poderá cobrar Cuca se a equipe for eliminada, afinal ele acabou de chegar. E se o novo treinador levar o clube do Morumbi ao título, os cartolas reconhecerão o trabalho de Mancini? Pra mim ficou tudo muito arriscado e estranho. Nesse novo panorama seria mais prudente a mudança ocorrer depois do Paulista.
Sobre o Autor
Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.
Sobre o Blog
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