Clubes de SP e federação fazem tuitaço por volta de cerveja aos estádios
Perrone
28/06/2019 12h02
Os quatro principais clubes de São Paulo, alguns do interior e a Federação Paulista de Futebol promovem nesta sexta (28) um tuitaço a favor da volta da venda de bebidas alcoólicas, especificamente cerveja nos estádios paulistas.
A partir das 12h, eles passaram a promover em seus perfis no Twitter a hasthag #LiberaBrejaSP. A ideia é pressionar o governador João Doria (PSDB) a sancionar a lei que autoriza a volta da comercialização das bebidas alcoólicas nas arenas estaduais.
"Estádio de futebol é o único local onde é proibido beber cerveja em São Paulo. A Assembleia Legislativa já liberou, agora está nas mãos do governador para sancionar. É hora de mudar isso! #LiberaBrejaSP", diz mensagem padrão do movimento.
Apesar de o projeto ter sido aprovado pela Assembleia Legislativa, o governador antecipou que iria vetá-lo por considerar a medida inconstitucional. A PGE (Procuradoria Geral do Estado), como faz com todos os projetos aprovados, analisou o texto. Nesse caso, indicou a Doria sua inconstitucionalidade. O entendimento é de que o Estatuto do Torcedor veta a venda. Assim, uma lei estadual passaria por cima de outra federal, o que seria inconstitucional.
Porém, deputados favoráveis ao projeto, a FPF, dirigentes de Corinthians, Palmeiras, São Paulo e Santos e de pelo menos parte das agremiações do interior defendem a constitucionalidade dele. Entre outros pontos, afirmam que o Estatuto do Torcedor não veta a venda claramente.
Os cartolas enxergam um enorme potencial para aumentar a arrecadação em seus estádios com a eventual liberação da venda de bebidas alcoólicas. Por limitações no teor alcoólico é provável que apenas cerveja seja comercializada caso a lei seja sancionada. O projeto também permite a publicidade de fabricantes da bebida nas arenas.
Se Doria mantiver o veto, a assembleia ainda pode tentar derrubá-lo. Porém, passar por cima do governador seria uma atitude radical e que geraria desgastes inclusive entre aliados dele. Por isso, deputados defensores do projeto passaram os últimos dias tentando o diálogo.
Sobre o Autor
Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.
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