Aliados de Galiotte temem isolamento político de presidente por Mattos
Perrone
18/10/2019 04h00
A insistência de Maurício Galiotte em bancar Alexandre Mattos gera temor em parte de membros da atual diretoria do Palmeiras e em conselheiros alinhados com o presidente alviverde de que ele fique isolado politicamente. Isso porque é grande a insatisfação dos apoiadores do cartola com o atual diretor de futebol.
A preocupação é a de que haja uma fuga em massa do grupo de apoio ao presidente por conta da rejeição a Mattos. Os descontentes já deixaram claro para o dirigente acreditarem que o ciclo do diretor de futebol no clube acabou. Boa parte dos críticos até defende que ele termine a temporada no cargo, mas seja desligado no final do ano.
É forte a corrente que considera que Mattos fez bons trabalhos para o clube, mas que, além de falhas em outros anos, em 2019 errou muito em contratações e que está desgastado no clube. A revelação feita pelo blog de que o cartola remunerado aluga apartamentos para dois membros da comissão técnica que tiveram aumentos de auxílio moradia pedidos por ele aumentou a cobrança por sua demissão.
Caso ela não aconteça existe o receio de que o presidente tenha dificuldades para administrar o clube sem o mesmo apoio que possui agora até o fim de 2021, quando termina seu mandato. Consequentemente, o eventual isolamento do cartola poderia ter reflexo em sua sucessão.
A esperança dos críticos de Mattos alinhados com o presidente de que ele anuncie a saída do diretor de futebol após o Brasileirão reside principalmente no fato de Galiotte ser considerado um dirigente que faz boa leitura da política ao seu redor. Ou seja, além de avaliar o trabalho de Mattos, ele estaria atento aos efeitos políticos de sua permanência ou da decisão de trocar o comando do futebol.
Sobre o Autor
Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.
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