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Oposição recoloca afastamento de Peres em pauta por 'caso Cueva'

Perrone

08/11/2019 09h22

A situação de Cueva, afastado do Santos, alimenta o desejo da oposição no clube de realizar nova tentativa de afastamento do presidente José Carlos Peres. O cartola já sobreviveu a dois pedidos de impeachment no ano passado.

A informação de que o peruano treinou pelo time do César Vallejo, da primeira divisão de seu país, nesta quinta (7), aumentou a ira da oposição. Os oposicionistas argumentam que, mesmo liberado para viajar, o meia não poderia ter participado de treinamento por outra equipe. Argumentam que o episódio configura gestão temerária, pois haveria risco ao patrimônio do clube caso o atleta sofresse lesão grave.

Todo o pacote envolvendo o meia é considerado pela oposição como exemplo de gestão temerária. Principalmente o fato de o clube ter concordado em pagar pelo jogador US$ 7 milhões (cerca de R$ 28,6 milhões pela cotação atual), a partir do ano que vem, e, antes mesmo de iniciar o pagamento, afastar o atleta e procurar clubes interessados em sua contratação.

"Ainda há possibilidade de fazer algo para ele para o próximo ano. Ele não joga mais no Santos neste ano. Para isso acontecer, tem que ter outra parte que queira isso. A ideia é fazer algo para ele fora do Santos no ano que vem", disse o superintendente de futebol santista, Paulo Autuori, ao comentar a ausência do meia em treino na semana retrasada.

Os opositores que pregam punição a Peres, além do afastamento de outros membros do Comitê de Gestão que tenham concordado com a contratação de Cueva, usam artigo do estatuto santista que cita gerar risco excessivo e irresponsável para o patrimônio do clube como atos de gestão temerária. O documento classifica como um dos motivos para pedir a saída do presidente  acarretar "prejuízo considerável ao patrimônio ou à imagem do Santos." Também existe a ideia de uma ação para que a agremiação receba dos cartolas envolvidos o valor que terá que desembolsar pelo peruano.

Uma das estratégias estudadas é pedir a expulsão dos envolvidos do quadro associativo alegando dano ao patrimônio. Ao contrário do que acontece no pedido de impeachment, a decisão seria exclusiva do Conselho Deliberativo, sem ter que passar pelos associados. Os opositores entendem que assim as chances de sucesso seriam maiores.

Para o processo ser iniciado é necessário requerimento assinado por pelo menos 20 conselheiros ou que o pedido seja feito por um dos poderes do clube. O blog enviou mensagem ao presidente do Santos sobre o tema, mas não obteve resposta até a publicação deste post.

 

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Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.


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