Opinião: como Liverpool e Fla valorizaram o Mundial de Clubes
Perrone
23/12/2019 11h01
Abaixo confira como Liverpool e Flamengo deixaram o Mundial de Clubes maior na opinião deste blogueiro.
Direitos humanos
O Liverpool transformou em algo prático e positivo o bordão "não é só futebol". Isso ao recusar oferta dos organizadores para se hospedar num luxuoso hotel acusado de não dar condições dignas de trabalho a ao menos parte de seus funcionários. O gesto dos ingleses jogou luz sobre um problema que tendia a ser ignorado.
Interesse europeu
Os "Reds" deram um passo importante para os ingleses e os europeus olharem o Mundial de Clubes com mais atenção.
O time de Klopp ignorou os conselhos de parte da imprensa inglesa e de sua torcida para ir ao Qatar com reservas priorizando os calendários doméstico e continental.
A vontade de vencer a competição mostrada pelo Liverpool deve abrir uma nova discussão sobre como os europeus devem tratar o Mundial, que ganhará outro formato.
Final globalizada
Liverpool x Flamengo não se tratou de um confronto entre futebol europeu e sul-americano. Com um técnico português e alguns jogadores com anos de janela na Europa, a equipe brasileira levou para campo um jogo com pitada de estilo europeu.
O conhecimento demonstrado pelas duas partes sobre o adversário também deu um tom de globalização à final. Ninguém surpreendeu ninguém.
Equilíbrio
Não foi uma final em que o europeu encara um saco de pancadas de outra parte do planeta.
Isso aconteceu graças ao fato de o Flamengo ter levado para a disputa um time forte, capaz de criar chances para vencer o campeão da Europa. O equilíbrio torna a competição mais interessante.
Sobre o Autor
Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.
Sobre o Blog
Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.