Quem é quem no mercado da bola
Perrone
03/01/2020 07h33
Abaixo, veja como se comportam alguns dos clubes brasileiros no mercado da bola.
Flamengo: o insaciável
O campeão brasileiro e da Libertadores se comporta como o cara que tem quase tudo, mas quer mais.
Dono do melhor elenco do país, já acertou bons reforços, como Pedro Rocha e Gustavo Henrique. Ainda sonha com Pedro, da Fiorentina. Mas claro, prioriza a manutenção de Gabigol.
Fluminense: olhando a vitrine
Com pouco dinheiro para gastar, o tricolor carioca tem interesse em vários jogadores, mas até a publicação deste post não tinha anunciado reforços.
Parece o sujeito que entra na loja e fala: "só tô dando uma olhada".
Corinthians: vizinho misterioso
É como aquele cara que todo mundo sabe que está com dificuldades pra pagar a prestação da casa própria e outras contas básicas, mas continua indo às compras. Aparece com coisas novas e caras. A vizinhança alvoroçada se questiona: onde ele arrumou dinheiro?
Ao mesmo tempo em que tenta um acordo com a Caixa, que foi à Justiça por conta de atrasos no pagamento do financiamento referente a seu estádio, o alvinegro entrou com força no mercado. Topou pagar cerca de R$ 22 milhões à vista por Luan, ex-Grêmio. E deve desembolsar mais de R$ 11 milhões por Cantillo, do Junior Barranquilla.
Botafogo: pés no chão
Respeita sua situação financeira, foge dos mercados mais caros e se conforma com o que pode pagar.
Grêmio: renova o guarda-roupa com cautela
Parece a pessoa que quer renovar o guarda roupa, mas sem gastar muita grana. Prioriza trocas, boas vendas e compras modestas.
Internacional: o criativo
Até agora apostou em nomes que não apareciam na lista de compras da maioria dos rivais.
Trouxe Rodinei, criticado no Flamengo, e Musto do Huesca da Espanha.
Palmeiras: acumulador arrependido
O alviverde age como aquela figura que saiu comprando tudo o que via, mas se arrependeu. Agora prioriza se livrar do que não usa e pensa melhor antes de gastar.
O maior exemplo dessa política é o empréstimo de Borja para o Junior Barranquilla, além de nenhum jogador ter sido anunciado até a publicação deste post.
São Paulo: gastador compulsivo, que passou a ser vigiado pela família.
Depois de gastarem mais do que o planejado com reforços em busca de um título que não veio em 2019, Raí e Leco sofrem forte pressão interna para frearem as despesas.
Trocas como a de Raniel por Vitor Bueno com o Santos, vendas e compras por valores inferiores ao obtidos com a saída de atletas devem guiar a política tricolor no mercado. Pelo menos é o que o Conselho de Administração do clube espera.
Santos: bom de troca
Em busca de reduzir gastos, a direção santista só assegurou reforços até a conclusão deste post à base de trocas.
Além de Raniel por Vitor Bueno, acertou a contratação de Madson em negócio com o Grêmio que envolveu Victor Ferraz.
Red Bull Bragantino: novo rico
A situação é igual à do sujeito que ganhou na loteria e ficou milionário da noite pro dia. Passou a frequentar lojas caras e até a fazer ofertas por bens de quem antigamente tinha muito mais poderio financeiro.
Após comprar o Bragantino, a Red Bull injeta dinheiro para reforçar o time em sua volta à Série A. Os alvos são jogadores com potencial de revenda. Para isso, bateu à porta dos grandes em busca de nomes como Artur, do Palmeiras, Walce, do São Paulo, e Alerrandro (ex-Atlético-MG), este já contratado.
Vasco: o de sempre
De novo com o orçamento apertado, vive sua rotina modesta. Aposta num estrangeiro sem badalação, tenta um medalhão disponível e vai levando.
Sobre o Autor
Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.
Sobre o Blog
Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.