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Opinião: é impossível discutir saída de Jesualdo antes de cobrar direção

Perrone

25/02/2020 10h05

Como mostrou o UOL Esporte, no Santos já existem conselheiros que pedem a demissão do treinador Jesualdo Ferreira. Na opinião deste blogueiro, só o fato de existir essa discussão já é uma sandice.

É impossível fazer uma análise definitiva do desempenho de uma comissão técnica com menos de três meses de trabalho.

Quem  já concluiu que o português não serve para o Santos antes de pedir sua cabeça deveria cobrar os responsáveis pela contratação.

Se o treinador for tão ruim a ponto de ser trocado ainda no início da temporada, pior ainda será quem o contratou.

Não se deve falar em mudança na comissão técnica de maneira tão drástica sem antes discutir alterações no comando do futebol, atingindo os responsáveis pela escolha do treinador.

Nesses casos, o presidente do clube não pode ser demitido, por maior que tenha sido sua influência na escolha do técnico. Mas, ele deve ser cobrado firmemente pelos poderes do clube, se realmente a conclusão for a de que houve um erro grosseiro na definição do nome do treinador.

Conselheiros, membros do Comitê de Gestão, diretores e o presidente não têm o direito de maltratar a instituição a ponto de contratar um técnico e descobrir menos de três meses depois que ele não serve, provocando um rombo nas contas da agremiação, já que os salários, pelo menos no caso de Jesualdo e seus assistentes, terão que ser pagos até o final do ano.

Além de tempo para trabalhar, o português precisa de apoio verdadeiro da presidência e da diretoria. Isso inclui ações em público para defender seu trabalho e suporte técnico para que eventuais erros sejam corrigidos.

 É função da direção apontar falhas, cobrar e sugerir soluções para o técnico. Simplesmente querer colocar a cabeça de Jesualdo na guilhotina neste momento é atitude amadora e de quem  não pensa no Santos com a responsabilidade que ele merece.

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Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.


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