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Análise: antecipação de férias é vital para cofres dos clubes na pandemia

Perrone

11/04/2020 12h26

Os 20 dias de férias antecipadas dados pelos principais clubes do país a seus jogadores durante o período de isolamento social têm importância fundamental para os cofres das agremiações.

Independentemente das negociações entre cada clube e seus atletas para eventuais reduções salariais, o ponto central é tentar preservar o formato original do Campeonato Brasileiro e de outras disputas no segundo semestre.

Com as férias concedidas agora, os cartolas ganham datas para estender as partidas por dezembro, provavelmente até o final do mês. Assim, avaliam ter mais chances de entregar para as emissoras de TV todos os jogos contratados, evitando eventual redução nas cotas a serem pagas.

A maior preocupação é com o dinheiro da Globo relativo ao Brasileirão. A emissora já suspendeu pagamentos referentes a alguns dos Estaduais. Segundo a Globo, a suspensão chegou a até 25% do valor total, o que, de acordo com ela, é uma porcentagem menor do que a de jogos ainda não realizados.

Nem todos os Estaduais foram afetados pela suspensão de pagamentos, segundo a emissora. O Campeonato Paulista está entre os atingidos.

Caso não dessem as férias agora, os dirigentes teriam que convencer os atletas a não pararem no final do ano, se quisessem esticar o calendário para honrar compromissos com as TVs.

A ideia é não marcar jogos no Natal e no dia 31 de dezembro, mas aproveitar ao máximo o último mês do ano.

Inicialmente, as férias dos atletas começariam no dia 7 de dezembro.

O sucesso do plano depende de quando os campeonatos poderão voltar, o que está diretamente ligado às medidas de distanciamento social impostas para combater a transmissão do novo coronavírus.

Num cenário de indefinição, parte dos dirigentes vê com bons olhos a retomada com portōes fechados, claro, se as autoridades da área da saúde autorizarem.

A conta que se faz é que faria menos falta a receita de bilheteria do que o dinheiro da TV e as verbas de patrocínio.

Hoje, conseguir disputar todos os jogos programados para o Brasileirão é visto como um fio de esperança para os principais clubes do país. É a chance de minimizar os efeitos de uma temporada que se desenha dramática para as já combalidas finanças da maioria das agremiações.

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Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.


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