Clássico mostra que Domènec não sabe o que quer. Autuori deve querer mais
Perrone
23/08/2020 13h18
O empate em um gol no clássico deste domingo mostrou que Domènec Torrent ainda não sabe o que quer do Flamengo e que Paulo Autuori precisa querer mais do Botafogo, além de jogar por uma bola.
Torrent muda o Flamengo a todo tempo demonstrando claramente que ainda não encontrou sua fórmula ideal.
Neste domingo começou com Bruno Henrique centralizado no ataque. O rendimento não foi bom. Então, ele deslocou o atacante para esquerda, onde reinou no ano passado. Assim, o time melhorou.
É mais uma prova de que o treinador não cumpre rigorosamente o que disse ao ser contratado sobre mudar pouco o trabalho de Jorge Jesus em sua chegada.
Mudou tanto que o rubro-negro, na maior parte do jogo com o Botafogo, preferiu o passe lateral ou a bola recuada, deixando no passado o futebol agudo que fez o Flamengo ser temido em 2019.
Também diferentemente dos tempos de Jesus, os jogadores do Flamengo parecem não saber o que fazer em campo. Comprovação de que o treinador não deu, por enquanto, um padrão de jogo para a equipe.
Enquanto Torrent busca o que quer, Autuori sinaliza estar confiante de que encontrou o que desejava.
O técnico do Botafogo parece seguro de que a vocação de seu time, pelo menos diante de times com elencos teoricamente mais fortes, é jogar atrás e contra-atacar. Foi assim hoje. E quase deu certo, não fosse o gol de pênalti sofrido no último lance.
Na opinião deste blogueiro, porém, o alvinegro pode fazer mais. O time tem um entrosamento interessante e deveria aproveitar a velocidade de Luis Henrique não só para contra-atacar.
Com mais ímpeto ofensivo e qualidade na troca dos passes, o Botafogo ficaria muito mais forte.
Na soma do que os rivais apresentaram, tivemos um clássico entre equipes que podem ser bem melhores do que foram. No entanto, a emoção foi assegurada por dois gols no final.
Sobre o Autor
Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.
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