Quarteto de reservas custou R$ 85,9 mi a finalistas do Paulista
Perrone
05/08/2020 04h00
Juntos eles custaram para Corinthians e Palmeiras cerca de R$ 85,9 milhōes. Porém, apesar do alto investimento feito por seus times, Araos, Bruno Méndez, Gustavo Scarpa e Lucas Lima devem começar a primeira partida da final do Campeonato Paulista na reserva. No caso dos palmeirenses, o valor se refere a luvas e comissões, já que ambos estavam livres. O jogo acontece nesta quarta, às 21h30 na arena alvinegra.
Do lado corintiano, Araos é quem mais chama atenção. O chileno aparece como o jogador de maior custo entre 40 atletas que tiveram listados os valores investidos pelo clube nas aquisições de seus direitos no balanço referente a 2019. Ou seja, reforços contratados depois de dezembro do ano passado não estão no relatório. Luvas e comissões não são citadas na lista.
Araos é mencionado com custo de R$ 23,9 milhões e 100% dos direitos pertencentes ao alvinegro. A quantia se refere à compra dos direitos.
Em termos comparativos, o Grêmio anunciou no final do ano passado que vendeu 50% dos direitos de Luan para o Corinthians por 5 milhões de euros (cerca de R$ 22,8 milhões na cotação da época) mais o perdão da dívida pela compra do lateral Juninho Capixaba.
Araos foi contratado em julho de 2018 junto à Universidad de Chile. Mas, apesar de estar no topo da lista de investimentos do alvinegro até 2019, nunca se firmou como titular. No ano passado, ele foi emprestado para a Ponte Preta.
Nas quartas de final do Estadual deste ano, contra o Red Bull Bragantino, e na semifinal diante do Mirassol, o chileno entrou durante o jogo no lugar de Luan.
As duas últimas partidas mostram que Araos ganhou mais espaço com Tiago Nunes, algo que o uruguaio Bruno Méndez ainda busca. Na mesma lista publicada no balanço corintiano de 2019, o zagueiro e lateral aparece com o terceiro maior custo. São R$ 18.566.000 e 70% dos direitos vinculados ao Corinthians. Ramiro ocupa o segundo lugar (R$ 19,6 milhões e 70% dos direitos).
O uruguaio foi contratado em fevereiro do ano passado junto ao Montevideo Wanderes. A falta de prestígio dele com Nunes pode ser medida pelo fato de o treinador ter preferido transformar o lateral Danilo Avelar em zagueiro a apostar nele como titular da zaga.
Por sua vez, o banco palmeirense na abertura da decisão deve ter a ilustre presença de Lucas Lima. Apesar de estar livre de contrato com o Santos quando foi fisgado pelo Palmeiras, exigiu investimento considerável.
Como mostrou o UOL Esporte, o alviverde se comprometeu a pagar R$ 15 milhōes de luvas ao jogador (diluídas durante o contrato) e R$ 5 milhões em comissões para empresários.
Luvas gordas são comuns em casos em que os jogadores são contratados quando estão sem vínculo com um clube. Tanto que o mesmo aconteceu com outro jogador cotado para fazer companhia a Lucas Lima no banco de reservas no primeiro jogo da final: Gustavo Scarpa.
Para ter o meia, no início de 2018, o Palmeiras topou pagar, entre luvas para o atleta e comissões a agentes 5 milhōes de euros (R$ 23,5 milhões na ocasião).
Lima e Scarpa têm suas atuações contestadas pela torcida faz tempo. Sem citar nomes, o técnico Vanderlei Luxemburgo tem dito que deu todas as chances para os jogadores experientes do elenco e que agora chegou a vez dos jovens revelados na base, como Patrick de Paula e Gabriel Menino. Na semifinal contra a Ponte, Scarpa entrou durante o jogo justamente no lugar de Menino. Nas quartas de final, no duelo com o Santo André, foi Lima quem substituiu o novato no segundo tempo.
Sobre o Autor
Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.
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