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Por que o Corinthians agora vai receber shows na Neo Química Arena?

Perrone

09/09/2020 04h00

Por que o Corinthians abandonou sua antiga filosofia e agora vai  receber shows em seu estádio? De acordo com o departamento de marketing alvinegro, a medida é fruto das negociações que resultaram na venda dos naming rights do local para a Hypera Pharma.

"Foi uma decisão em conjunto (entre empresa e clube) para dar mais viabilidade econômica à arena e exposição à marca (Neo Química)" disse ao blog Caio Campos, superintende de marketing corintiano.

Em outras palavras, o entendimento é de que esses eventos representarão um aumento nas receitas a serem usadas no pagamento das dívidas geradas pela contrução do estádio, além de abrirem um novo espaço para a marca patrocinadora aparecer.

Porém, segundo disse Andrés Sanchez em entrevista coletiva sobre a venda dos naming rights, no contrato há uma cláusula que impede que o Corinthians seja obrigado a jogar longe de sua casa por conta de eventuais shows programados para acontecerem nela.

O clube entende que os jogos na Arena Neo Química vão gerar mais exposição para o patrocinador do que outros eventos. O raciocínio é de que a cobertura feita pela mídia  e o engajamento do público nas redes sociais é maior nas partidas do time do que seria na maioria dos shows.

O presidente corintiano se posicionava contra os shows desde antes de a arena ser inaugurada. O fato de apresentações de artistas não desalojarem a equipe, diferentemente do que acontece com o rival Palmeiras, foi crucial para convencer o cartola a aceitar a novidade.

Essa não é a única mudança no plano de negócios da arena. Curiosamente, muitas das alterações aconteceram com a volta de Sanchez à presidência

A nova postura abre as portas do estádio para diversos tipos de negócios. Salão de beleza, academia e faculdade entraram no mapa da arena, além das apresentações musicais.

Antes, esse universo era menor.  Convenções feitas em áreas projetadas para essa finalidade estavam entre as poucas atividades não ligadas às partidas da equipe previstas.

"Começou conosco mesmo (a mudança de filosofia). Quando chegamos, no meio de 2018, só havia a academia. A forma com que a arena era gerida no passado só se pensava em jogo. Era preciso gerar outras receitas", afirmou Caio Campos sobre a nova filosofia. Ele havia participado também dos projetos iniciais da arena como gerente de marketing do clube

"E a Neo Química Arena é privilegiada, isso é inegável. Temos um equipamento moderno, bem localizado e com grande potencial de instalações de serviços, que geram receitas novas fora os jogos. Nosso foco então foi o de fazer ativações, investir em hospitalidade e criar diversos serviços fora do dia de jogo, de cabeleireiro a faculdade, além do tour da arena. Temos confiança de que isso irá gerar um acréscimo de receita muito significativo no médio prazo", afirmou o superintendente de marketing alvinegro.

 

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Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.


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