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Quatro fatores que ajudaram a afundar o projeto corintiano para 2020

Perrone

13/10/2020 04h00

Veja abaixo quatro fatores que, na opinião deste blogueiro, colaboraram para o projeto do Corinthians em 2020 virar luta contra o rebaixamento no Brasileirão.

1- Apresentação de Tiago Nunes atrasada

O projeto corintiano para a atual temporada nasceu torto no momento em que a diretoria aceitou o pedido de Tiago Nunes para que ele começasse a treinar o time só em 2020, apesar de ter sido contratado no final de 2019.

Dessa forma, o treinador desperdiçou tempo precioso para conhecer o elenco. Se tivesse chegado antes, na opinião deste blogueiro, saberia melhor do que a equipe precisava e teria mais conhecimento do elenco. O tempo para implantar a mudança tática planejada por ele seria maior. Ironicamente, o técnico caiu pedindo tempo, algo que ele desprezou lá atrás, para a transformação dar certo.

2 – Falhas na montagem do elenco

Várias das dificuldades do Corinthians passam pela falta de um elenco equilibrado. Não há um armador e sobram volantes, o que causa uma anemia no setor de armaçāo.

O time foi montado praticamente sem jogadores rápidos, seja para fazer as transições com rapidez ou para quebrar as linhas defensivas adversárias.

Também faltam atletas com mobilidade e poder de marcação para pressionar a saída bola dos oponentes. Coelho tentou fazer isso com Luan e Jô, mas ambos têm dificuldades para exercer a função.

Venda de jogadores que fazem falta também entram no pacote. É o caso do zagueiro Pedro Henrique, negociado com o Athletico e que virou ausência sentida devido à  contusão de Danilo Avelar.

Na lateral esquerda, Tiago Nunes custou a encontrar um jogador que o agradasse. Quando Carlos Augusto se firmou na posição foi vendido para o Monza, da Itália.

O alvinegro também apostou em vários reforços que não deram certo. A maioria não dava sinais de que poderia funcionar.

Nessa lista merecem estar Sidcley, Yony González e Davó. Luan, na opinião deste blogueiro, foi uma tentativa válida porque, diferentemente dos outros, já jogou em alto nível. No entanto, até agora não vingou.

3 – Dificuldades financeiras

Os atrasos salariais têm sido frequentes no clube do Parque São Jorge neste ano. Os jogadores tiveram até que, em dia de jogo, desviar a atenção da partida para gravar um vídeo no qual negavam estarem articulando greve.

Uma manobra da direção para resolver o problema trouxe mais dor de cabeça. Na tentativa de ganhar tempo e agilizar a antecipação do dinheiro da venda de Pedrinho para o Benfica, a diretoria aceitou diminuir o preço de 20 milhões de euros para 18 milhões de euros.

Além disso, o alvinegro topou adiar o pagamento da primeira prestação de agosto de 2020 para o mesmo mês de 2021.

Só que até a semana passada a antecipação do valor total da venda não havia sido feita junto a uma instituição financeira estrangeira.

Conclusão, o time ficou sem Pedrinho, uma opção para armação, e ainda não aliviou sua situação financeira. Os portugueses bateram o pé pelo desconto porque o Corinthians desistiu de comprar Yony. Da quantia total, Will Dantas, empresário do jogador, tem direito a 30%.

4 –  Insistência com Coelho

Desde que demitiu Tiago Nunes, a diretoria corintiana decidiu apostar em Coelho, mesmo sem anunciar sua efetivação.

A cada rodada sob o comando do ex-lateral o time não mostrava evolução. E Andrés Sanchez, presidente do clube e antigo amigo de Coelho, seguia inerte,s contratar um substituto.

Depois de 7 jogos (três derrotas, uma vitória e três empates), o Corinthians anunciou Vágner Mancini. O anúncio da contratação foi feito horas depois de o alvinegro sacramentar sua entrada na zona de rebaixamento do Brasileirão, um marco nessa crise rascunhada meses antes com decisões que não sugeriam resultados animadores.

 

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Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.


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