Política e acertos com Maicon e Cueva atrapalharam renovação de Ganso
A decisão de Ganso de não renovar com o São Paulo é resultado de uma sucessão de fatos que começaram a ocorrer antes de aparecer a proposta do Sevilla. A demissão do diretor de futebol Luiz Antônio da Cunha e as negociações do clube por Cueva e Maicon ajudaram a abrir a porta de saída do Morumbi para Ganso. O meia já avisou para a diretoria que se não for vendido para a Espanha não renovará seu compromisso, válido até setembro do ano que vem.
No início de junho, o clube estava esperançoso em relação a renovação por meio de um plano capitaneado por Cunha. Ele chegou a oferecer R$ 400 mil mensais ao atleta, que recebe R$ 300 mil, e acenou com a possibilidade de Ganso ganhar luvas de 4 milhões de euros.
A intenção do dirigente era que a DIS, dona de 68% dos direitos econômicos do jogador, bancasse as luvas. O meia ainda teria a garantia de ser liberado entre o final de 2016 e o início de 2017 se o São Paulo recebesse uma oferta de 10 milhões de euros só pela fatia tricolor.
O empresário de Ganso, Giuseppe Dioguardi, achou os valores baixos e disse que o jogador não aceitaria renovar nessas condições. A DIS também não topou pagar integralmente as luvas, mas achou justo dividir a quantia com o São Paulo e se colocou à disposição para negociar.
Porém, um dia depois de as partes, incluindo Leco, se encontrarem para discutir o tema, a demissão de Cunha foi oficializada. Ele deixou a direção de futebol do São Paulo alegando não ter conseguido implantar seu método de trabalho. Um dos motivos foi não ter sido ouvido ao pedir que o clube não contratasse Cueva e se concentrasse na resolução da situação de Maicon, que estava no final de seu empréstimo.
A partir da saída de Cunha, o negócio com Ganso esfriou. Gustavo Vieira de Oliveira, executivo de futebol são-paulino, estava em Portugal cuidando da operação Maicon, e ninguém voltou a procurar o meia e a DIS para fazer uma nova oferta.
Após assegurar a permanência de Maicon, o São Paulo tentou retomar as conversas com o empresário de Ganso. Mas, nesse ponto, o estafe do meia estava chateado com o fato de a diretoria gastar 6 milhões de euros (mais porcentagens dos direitos econômicos de Lucão e Inácio) para comprar Maicon e pelo menos US$ 2 milhões para trazer Cueva depois de ter dito que não tinha como pagar as luvas de Ganso e nem oferecer um salário maior. A DIS também ficou incomodada. Ainda teve importante peso na decisão de Ganso o fato de seu estafe acreditar que pode conseguir luvas e salários bem melhores do que os oferecidos até então pelo São Paulo quando ficar livre do contrato atual.
A diretoria são-paulina, porém, discorda que as negociações com Maicon e Cueva tenham prejudicado as conversas com Ganso, e assegura que o presidente sempre foi a favor da extensão do contrato do meia. Para a direção tricolor, Ganso já tinha a intenção de deixar o clube ao final de seu contrato, antes das negociações com Maicon e Cueva.
Com o processo de renovação praticamente congelado, apareceu a proposta do Sevilla, revelada pelo blog. Ganso agiu rápido e avisou a diretoria que não iria renovar contrato se o se a transferência não fosse feita. Leco, então, indicou que fará o negócio, mas até a noite desta quinta o martelo não tinha sido batido. Clube e DIS não chegaram a um acordo sobre como seria a divisão dos 9.450.000 oferecidos pelo Sevilla em sua proposta.
O clube espanhol sinaliza que pode procurar outro jogador se o São Paulo não se resolver logo.
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