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Quatro fatores que endurecem a briga corintiana contra o rebaixamento

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26/10/2018 04h00

O Corinthians começa a 31ª rodada do Brasileirão com apenas três pontos de vantagem sobre o Vitória, 17º colocado. Vencer o Bahia neste sábado (27), às 19h, em Itaquera, é fundamental para o time paulista tentar se afastar da zona de rebaixamento. Porém, existe ainda uma série de fatores que, em tese,  endurecem a missão corintiana. Confira.

1 – Desempenho com Jair Ventura

Em 11 jogos sob o comando do treinador, o Corinthians obteve duas vitórias e empatou quatro vezes, sendo derrotado nos outros cinco confrontos. O aproveitamento é de cerca 30,3%.

Caso essa performance seja mantida, o alvinegro somaria apenas mais sete pontos até o final da competição, chegando a 43. Com essa pontuação, Coritiba e Avaí, em 2017, Internacional, em 2016, foram rebaixados.

Com 43 pontos, Figueirense, em 2015, e Vitória (no desempate), no ano passado, escaparam da degola.

Treinadores que disputam a Série A costumam calcular 45 pontos como a marca necessária para evitar a queda. Para chegar nessa pontuação, o alvinegro teria que ganhar 38% dos pontos em disputa. Ou obter três vitórias em oito jogos, uma a mais do que conseguiu sob a batuta de Jair em 11 apresentações.

2 – Ajuda de rivais

Outro ponto complicador pode ser o Corinthians precisar de vitórias de tradicionais adversários para se livrar do rebaixamento. Na última rodada do Brasileirão, São Paulo, Santos e Palmeiras enfrentarão equipes que hoje lutam contra a queda.

O time de Diego Aguirre pegará a Chapecoense em Santa Catarina. Neste momento, os tricolores ainda têm chance de conquistar o título e podem chegar na rodada derradeira brigando pelo menos por uma vaga na Libertadores. Cenário que seria bom para os corintianos, no caso de o alvinegro ainda estar brigando para escapar do Z4.

Por sua vez, o Santos vai encarar o Sport em Recife. A equipe do litoral paulista também pode estar na luta por uma vaga na principal competição sul-americana.

O caso mais preocupante para o Corinthians é o do Palmeiras, que enfrentará o Vitória no Allianz Parque. O alviverde pode chegar no duelo já como campeão brasileiro.

Não se trata de desconfiar que Felipão vá mandar seu time perder para tentar enterrar o rival, se for o caso, apesar de parte da torcida pedir isso. Mas é natural quem conquista o título jogue com time reserva depois de levantar o caneco. Cuca e Aguirre também não ordenariam a entrega, mas, podem dispensar seus titulares se não tiverem mais objetivos no campeonato.

3 – Motivação do elenco

Também será um desafio para Jair motivar jogadores ao mesmo tempo em que o clube já respira uma renovação para o ano que vem. A comissão técnica estuda a lista de atletas que vão voltar de empréstimo e Andrés Sanchez fala em novas contratações.

Torcedores e conselheiros criticam o elenco atual. Há no clube quem já fale sobre um listão de dispensas. Tal clima obriga o treinador e a diretoria a blindarem os jogadores que terão de salvar a equipe da degola.

4 – Fantasma de 2007

Na última rodada do Brasileirão, o Corinthians vai enfrentar o Grêmio, fora de casa, como enfrentou em 2007 e terminou o campeonato rebaixado após o empate em um gol. Andrés também era o presidente corintiano na ocasião.

O time gaúcho pode chegar na partida como campeão da Libertadores e se preparando para o Mundial de clubes. Ou seja, sem nenhum objetivo no campeonato.

Há também a possibilidade de a equipe de Renato Gaúcho ter perdido o título continental e estar tentando vaga na Libertadores do próximo ano.

Em qualquer um dos casos, imagine se o alvinegro tiver chance de ser rebaixado com uma vitória gremista? Quanto a torcida tricolor vai empurrar seu time com o intuito de entrar para história sendo o clube que selou duas vezes a queda do rival?

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Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

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