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Parceiro do Corinthians põe agentes europeus para tentarem vender Malcom

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21/01/2016 08h53

Foto: Ernesto Rodrigues/Folhapress

Foto: Ernesto Rodrigues/Folhapress

Cotado para ser negociado com o futebol europeu desde novembro, o corintiano Malcom não recebeu proposta oficial enquanto observava seus colegas se despedirem do clube.

Na tentativa de mudar essa situação, Fernando Garcia, sócio da empresa que detém 70% dos direitos econômicos do atacante, assinou no último dia 7 um documento que coloca dois empresários europeus no circuito a fim de negociar o jogador.

Garcia firmou um compromisso de pagamento no qual se compromete a "ceder 50% dos valores de comissão" recebidos por ele aos empresários Cristhotth Leutrum, alemão, e Camilo Danif, português, se Malcom for vendido com comprovada participação dos dois na negociação.

O documento tem validade até o dia 1º de fevereiro e determina que "toda e qualquer decisão final sobre eventual transferência do atleta (ônus, condição de pagamentos, datas, etc) deverá ser exclusivamente decidida por Fernando Garcia". O Corinthians não é nem citado no documento ao qual o blog teve acesso.

"Tenho um acordo com o Corinthians para poder tocar negociações pelo Malcom, e esses empresários me procuraram dizendo que tinham um clube interessado", disse Garcia ao blog. De fato, a direção alvinegra não se incomoda com a movimentação do parceiro.

Também não há menção aos valores que a empresa dele receberá pelos direitos econômicos de Malcom. Eles não fazem parte da negociação com a dupla de agentes. Ou seja, além da receita com a fatia do atleta, Garcia espera receber comissão pela venda.

Até agora, porém, nenhuma proposta pelo atacante foi apresentada pelos dois europeus. "Eles não vão apresentar nada. Foram bater numa porta que eu conheço muito bem, sei que não virá proposta de lá", disse Garcia, sem revelar a qual clube europeu se referia.

O empresário, irmão de Paulo Garcia, ex-candidato à presidência do Corinthians, tem sido alvo de ironia de agentes brasileiros pelo fato de ainda não ter conseguido negociar Malcom nesta janela. Um dos motivos da provocação é que as constantes notícias de que o atacante seria negociado faziam com que outros jogadores corintianos pressionassem seus agentes a apresentarem propostas.

"É só você pedir pra quem diz isso apresentar a lista de jogadores que já vendeu para Europa, pra time grande, daí eu mostro a minha. E fazer parceria com empresários de outros países não demonstra dificuldade em negociar. Ninguém vende jogador se não tiver parcerias. Tenho parceiros em vários países", declarou Garcia.

Sobre o fato de nada oficial ter chegado para Malcom, ele disse que teve ofertas mas o salário oferecido não interessou. "Jogador que trabalha comigo só vai embora para ganhar bem. Eu penso no atleta, não vai pra qualquer lugar".

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.