Nos bastidores parte da direção corintiana vê lado bom em ação da Caixa
Pelo menos parte dos dirigentes do Corinthians e outros envolvidos no projeto da arena do clube enxergam pontos positivos no fato de a Caixa Econômica ter entrado com ação contra a Arena Itaquera S/A, ligada ao clube e a Odebrecht. Esse discurso, porém, é mantido nos bastidores.
Um dos argumentos usados longe dos microfones é o de que, ao cobrar na Justiça o pagamento de R$ 536 milhões antecipadamente, o banco permitiu que a empresa e o fundo de investimentos que a representa sob a batuta de Corinthians e Odebrecht adiantem discussões sensíveis que estavam engavetadas. A principal delas é a insatisfação em relação ao valor dos juros cobrados pela instituição financeira. Ao menos um diretor do Corinthians repete nos bastidores que a ação proposta pela Caixa foi um presente para o clube.
Na última sexta, o diretor jurídico alvinegro, Fábio Trubilhano, afirmou que o clube demonstrou na Justiça a "existência de capitalização de juros excessiva e cobrança de encargos indevidos". Isso no pedido feito para suspender a execução. O cartola, no entanto, lembrou que as partes iniciaram tratativas por um acordo e que considera esse o melhor caminho.
Pelo contrato em vigor, a Arena Itaquera deve pagar juros anuais de 9% pelo financiamento de R$ 400 milhões feito pela Caixa junto ao BNDES para ajudar a bancar parte da construção do estádio alvinegro.
Depois de o post publicado, Trubilhano entrou em contato e afirmou que a execução não suspendeu os pagamentos das prestações, diferentemente do que publicou o blog.
Outro ponto que o alvinegro quer incluir é uma redução nas parcelas de novembro a fevereiro, meses de menor movimento em seu estádio. Andrés Sanchez diz que seguia esse modelo após tratativas com o banco, mas admite que um acordo nesse formato não chegou a ser assinado. Neste momento, a direção alvinegra trabalha na proposta que vai apresentar ao banco.
Só que a Caixa tem mantido a postura de que os corintianos não estão em condições de exigir o que não está no contrato. O banco alega que a agremiação não pagou parcelas de março a agosto, quando a Justiça foi acionada.
A visão parcialmente otimista não muda o entendimento no Parque São Jorge de que obviamente há desgaste para as imagens da Arena Corinthians e do clube com a ação. Existe também um transtorno político para o presidente corintiano, pressionado pela oposição por causa do imbróglio.
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