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Demissão de Mattos gera comemoração e alívio no Palmeiras

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01/12/2019 21h46

Nem parece que o Palmeiras perdeu de 3 a 1 para o Flamengo. Não para quem conversou pouco depois do jogo com conselheiros e diretores que queriam a saída de Alexandre Mattos. O tom deles era de comemoração pela demissão do dirigente.

As críticas ao diretor executivo vinham de longa data. Porém, nos últimos meses, parcela importante da base aliada de Maurício Galiotte, incluindo membros da diretoria, passou a querer a cabeça do dirigente. Como mostrou o blog, até as críticas feitas por Zezé Perrella, gestor do Cruzeiro, a administrações passadas, na última sexta (29), serviram pra aumentar a pressão sobre Mattos.

Havia temor entre aliados de Galiotte de que a insistência com o dirigente remunerado isolasse politicamente o presidente alviverde. Assim, o anúncio da demissão trouxe também alívio. A queda do cartola foi até mais comentada por esse grupo do que a demissão de Mano Menezes.

Também houve comemoração entre apoiadores de Galiotte que queriam a saída de Mattos por conta da entrevista dada pelo presidente após a derrota no Allianz. O discurso é de que, dessa vez, o dirigente não se omitiu. Apareceu e apresentou medidas duras para tentar reverter a situação. Galiotte também foi elogiado por anunciar que vai mudar os rumos da gestão do futebol palmeirense. Esse é um desejo de situacionistas e opositores. O presidente havia sido criticado por não dar entrevista após a confirmação da perda do título brasileiro para o Flamengo.

Altos gastos com jogadores que não renderam o esperado e amplos poderes no departamento de futebol estavam entre as principais críticas contra o executivo. Isso, mesmo com os dois títulos do Brasileirão e um da Copa do Brasil conquistados em sua gestão. O fato de Mattos alugar apartamentos para membros da comissão técnica que tiveram aumento em auxílio-moradia pedidos por ele, como revelou o blog, também fizeram a pressão sobre o dirigente aumentar.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.