Como palmeirense pode interferir na eleição corintiana
Perrone
01/01/2018 08h55
Um palmeirense e sócio do Corinthians tenta interferir na eleição presidencial corintiana marcada para 3 de fevereiro. Márcio Hernandes é o autor do pedido de impugnação da candidatura a presidente do opositor Antonio Roque Citadini.
Em seu requerimento para a comissão eleitoral, ele alega que Citadini não pode ser candidato porque é conselheiro do Tribunal de Contas do Estado. A tese do associado é de que membros do TCE-SP são equiparados a magistrados, que não podem ocupar cargos administrativos.
"É uma questão muito técnica e prefiro não falar muito sobre ela pra não sofrer retaliações no clube", afirmou Hernandes.
O pedido é contestado pelo candidato. Ele cita existir jurisprudência que dá aos conselheiros do TCE-SP o direito de exercer cargos como o de presidente de clube. Além disso, afirma que como o estatuto do Corinthians não faz menção ao tema, a queixa deveria ter sido feito ao TCE-SP.
A comissão eleitoral corintiana aguarda Citadini apresentar formalmente sua defesa para tomar uma posição.
"Resolvi analisar todos os candidatos. Entender porque cada um quer presidir o clube. Daí vi que teve um caso semelhante no Santa Cruz-PE. Um candidato foi impugnado porque era membro do TCE. Então, apresentei o pedido, mas não é nada pessoal com o Citadini", declarou Hernandes.
Citadini já foi candidato e vice-presidente alvinegro quando já era membro do tribunal e não sofreu pedido de impugnação. "É que ninguém percebeu isso. Agora pesquisei e vi", falou Hernandes.
O palmeirense é sócio do Corinthians desde 1974, mas diz que essa será a primeira vez que votará para presidente do clube. "Independentemente do time que torço, tenho uma forte ligação com o Corinthians. Joguei futstal e basquete pelo clube. Vivi muitos momentos lá e fico chateado por ver o clube tão largado como agora, Por isso decidi me envolver mais. Mas não tenho nenhuma pretensão política", afirmou Hernandes.
Em suas redes sociais, ele faz provocações a torcedores corintianos, como chamar de "gambá". "Mas isso é brincadeira, é o que dá graça ao futebol. Não sou anticorintiano. No clube todos me tratam bem. Meu pai era amigo do Vicente Matheus e ele (ex-presidente) me chamava de meu palmeirense".
O sócio diz que ainda não decidiu em que votará, mas que simpatiza com a candidatura de Paulo Garcia.
Sobre o Autor
Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.
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